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Pela primeira vez, China não registra novos casos de coronavírus

23 mai 2020 - 12h46
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País asiático zera ocorrências de novas infecções pela primeira vez desde o início do surto, em Wuhan, no fim do ano passado. Governo chinês defende sua resposta à crise, que contou com medidas rígidas de contenção.A China anunciou neste sábado (23/05) que, pela primeira vez desde o início do surto de coronavírus, não registrou nenhum novo caso de covid-19 em seu território. Também não houve novas mortes ligadas à doença, informou a Comissão Nacional de Saúde do país.

Transparência do governo chinês diante da crise tem sido criticada por atores internacionais
Transparência do governo chinês diante da crise tem sido criticada por atores internacionais
Foto: DW / Deutsche Welle

Contudo, as autoridades disseram que investigam dois novos casos suspeitos, um importado (quando o vírus foi contraído em outro país) em Xangai e outra suspeita de transmissão local na província de Jilin, no nordeste do país.

Segundo a comissão, ao todo há 79 casos ativos de infecção, nove deles graves. Outras 376 pessoas estão isoladas e sendo monitoradas, ou por estarem sob suspeita de infecção ou por terem testado positivo sem apresentar sintomas.

O coronavírus Sars-Cov-2 foi registrado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan em dezembro do ano passado, e acabou se alastrando por outros países e continentes nos meses seguintes, infectando mais de 5 milhões de pessoas e matando mais de 300 mil.

Segundo dados oficiais, o número de infecções na China atingiu seu pico em meados de fevereiro, mas, em março, passou a sofrer quedas acentuadas em meio às medidas de contenção impostas pelo governo. O país chegou a zerar as transmissões locais, mas continuou registrando casos importados.

A nação asiática de 1,4 bilhão de pessoas soma hoje mais de 82 mil infecções e 4.634 mortes, um número bem abaixo dos registrados em países muito menores.

Contudo, a confiabilidade dos números oficiais da China tem sido questionada, principalmente pelos Estados Unidos. Pequim nega as acusações de encobrimento e insiste que tem sido transparente no compartilhamento de informações com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O marco de zero casos ocorre um dia depois de o primeiro-ministro Li Keqiang ter dito que o país alcançou "grandes conquistas estratégicas em nossa resposta à covid-19". Ele alertou, contudo, que a nação ainda enfrenta desafios "imensos". Autoridades seguem monitorando de perto Wuhan, antigo epicentro da doença, e pretendem testar todos os seus 11 milhões de habitantes.

Neste sábado, o diretor do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, Gao Fu, também defendeu a resposta do governo chinês à crise, mas afirmou que críticas são compreensíveis.

"Com tamanha epidemia na China e no mundo, é muito normal receber críticas do público", disse o virologista a repórteres. "Aceitamos [as críticas] com humildade." Países como EUA e Austrália criticaram Pequim pela falta de transparência sobre o vírus logo no início do surto.

Gao afirmou que a resposta do governo chinês à epidemia foi "boa" comparada com as de outras nações, ainda mais por ter sido o primeiro país a ter que lidar com a crise e não ter em que se espelhar. Ele comparou a epidemia no país a fazer uma prova sem poder consultar livros.

A queda nas infecções segue uma tendência asiática. Neste sábado, a Coreia do Sul, por exemplo, registrou apenas 23 novos casos de coronavírus em seu território, a maioria deles em Seul.

EK/ap/rtr/dpa

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