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Personagem reaparece em 'Grey's Anatomy' depois de 10 temporadas

Kate Walsh fala sobre retorno de Addison,do encontro com os colegas no set aponta motivos para longevidade da série

7 fev 2022 - 16h07
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Addison Montgomery entrou como um furacão no episódio final da primeira temporada de Grey's Anatomy. Ela é, afinal, a mulher de Derek Shepherd (Patrick Dempsey), que já tinha começado o romance com Meredith Grey (Ellen Pompeo) a essa altura. Mas, apesar de ser aquela que podia atrapalhar os planos do casal, a personagem vivida por Kate Walsh conquistou os fãs, ganhou um spin-off (Private Practice) depois da terceira temporada e voltou para episódios esporádicos nos anos 4 a 8.

Mas, desde então, tinha sumido - até agora. Nos episódios 3 e 4 da 18.ª temporada, que vão ao ar nas terças 8 e 15 de fevereiro, às 21h, no Sony Channel, Montgomery faz seu retorno triunfal. "Foi muito intenso, emocionante, feliz. Um pouco como voltar para casa depois de muito tempo", disse Kate Walsh em entrevista virtual com a participação do Estadão.

No episódio 3, Hotter Than Hell, a Dra. Montgomery é chamada para fazer um transplante de útero revolucionário e tem alguns momentos com Meredith, com quem divide a perda de Derek. "Esse é bem Grey's Anatomy", contou a atriz, descrevendo sua felicidade por ter uma amiga, Jamie Denbo, como uma das roteiristas, e Chandra Wilson (a Dra. Miranda Bailey) como diretora. "Tem aquela coisa do grupo, dos novos residentes, foi muito legal."

No episódio 4, With a Little Help from My Friends, a paciente de Addison tem complicações, e ela precisa da ajuda de sua ex-cunhada, Amelia Shepherd (Caterina Scorsone). "Esse é bem mais intimista, fala da relação de irmãs que as duas têm. Vê-las juntas depois da morte de Derek, de tantas coisas acontecidas, é bem significativo", disse Walsh. As duas também têm chance de trocar suas experiências durante a pandemia - na série, a crise da covid já terminou. "Foi muito bom ver a perspectiva de uma mãe que trabalha, como Addison, tendo de ficar trancada em casa, falar sobre seu estado psicológico e emocional."

Kate Walsh se identificou de certa forma com a personagem. Ela, que mora na Austrália, gravou em Paris (Emily in Paris), em Pittsburgh e em Los Angeles durante a pandemia. "Cada trabalho tinha um protocolo de covid diferente. E não é tão prazeroso, porque parte da felicidade de fazer uma série de televisão ou filme é o aspecto da comunhão", disse. "E essas experiências foram mais solitárias." Para sua participação em Grey's Anatomy, eles trouxeram da aposentadoria Norman T. Leavitt, um dos maquiadores originais com quem a atriz trabalhou, por exemplo. "Mas agora tínhamos de ficar meio separados, com máscaras. Era como estar em um sonho em que você tenta correr, mas não consegue."

Claro que ela se sentiu feliz de rever seus antigos colegas, como Ellen Pompeo, Chandra Wilson e James Pickens Jr. (Dr. Richard Webber), os únicos remanescentes da primeira temporada, e a agora showrunner Krista Vernoff, que estava na equipe de Shonda Rhimes desde o princípio, mas também houve uma sensação de estar no futuro e no passado ao mesmo tempo. "Foi interessante, porque eles amadureceram e mudaram nesses anos. E para mim foi como se regredisse e voltasse a ser a mesma pessoa de 18 anos atrás", disse Walsh. "Foi como me sinto quando volto à casa da minha mãe. É como se tivesse 15 anos de idade novamente."

Mas afinal todo mundo gosta daquela Dra. Montgomery de sempre, inteligente, competente, corajosa, mas também capaz de errar e ser engraçada. Seus figurinos, que sempre foram mais arrumados do que o dos outros médicos, continuam assim.

Para ela, a explicação para tanta gente continuar ligando semanalmente para assistir à série e para os milhões que se inteiraram dos 17 anos anteriores por causa do streaming é a consistência. "A história é sempre boa, e os personagens, também. E Ellen Pompeo é demais, não existe Grey's Anatomy sem ela", disse. "Eu acho que a maior prova é que tem uma garotada que nem tinha nascido quando a série começou 18 anos atrás que assiste. Eles sabem contar uma história, e especialmente histórias femininas, de uma maneira ainda rara de ver."

Estadão
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