Pesquisa mostra que trabalho híbrido segue como tendência em 2022
A pesquisa da consultoria em Recursos Humanos Great Place to Word mostrou que apesar de ser o modelo preferência para este ano, as empresas entendem que precisam vencer desafios como alinhamento e comunicação entre equipes, com necessidade de dar suporte emocional para os funcionários. Especialista comenta como resolver alguns desses desafios.
A pandemia da Covid-19 obrigou as empresas a remodelaram as rotinas de trabalho, inicialmente com o trabalho remoto e, agora, consolidando o modelo híbrido, que deve permanecer após o fim dos cuidados sanitários contra a doença. No terceiro ano de pandemia, o trabalho híbrido - parte no escritório e parte em casa - segue sendo tendência e deve se consolidar daqui para a frente. É o que mostrou a pesquisa "Tendências de Gestão de Pessoas", realizada pela Great Place to Work (GPTW) com 2.654 pessoas, entre elas, líderes e gestores de Recursos Humanos (RH). Do total de respondentes, 66% afirmaram que o modelo será o principal a ser adotado em 2022.
O levantamento também mostrou que uma das principais preocupações dos gestores para este ano - o desenvolvimento e capacitação das lideranças - também será executada no formato híbrido. Do total de respondentes, 59,9% afirmaram que o investimento no desenvolvimento de líderes deve se alinhar a esse modelo, sendo de responsabilidade das equipes ou de cada área a definição de como isso será feito.
Outro dado mostrado pela pesquisa é que, apesar de o modelo híbrido não ser necessariamente novidade em 2022, ainda há desafios a superar para garantir resultados e o bem-estar dos colaboradores. A comunicação entre as equipes remotas e presenciais, seguido de problemas de alinhamento entre os colaboradores foram dois dos principais desafios apontados, com 39,5% e 26,4% das respostas dadas, respectivamente.
Com mais de 11 anos atuando como administradora de empresas, Simone Betty Assunção comenta que mais que o desafio da comunicação entre as equipes em um modelo em que parte dos profissionais trabalha à distância, há a preocupação em fazer com que os profissionais - antes acostumados com o trabalho presencial e a presença constante dos colegas de trabalho - não se sintam sozinhos e desanimados.
"Para combater os efeitos prejudiciais do isolamento e tentando evitar que quadros de depressão se desenvolvessem entre profissionais é fundamental a adoção de formas alternativas de contato, não só como ferramenta de trabalho, mas também como fator de interação pessoal. Existem aplicativos e sites que são ferramentas importantes para lidar com a falta de contato social, que permitem a comunicação simultânea e não-simultânea entre as pessoas do time", disse.
Além de investir e disponibilizar ferramentas de interação entre as equipes que trabalham remotamente, outra preocupação de gestores e líderes de equipe, segundo Simone Assunção, deve ser em garantir o descanso e a saúde mental dos colaboradores. "As empresas podem auxiliar a diminuir a sensação de solidão, evitando transtornos e sensação de abandono. É preciso repassar orientações para que pausas maiores sejam feitas e o descanso seja priorizado", comenta.
Gerenciamento de emoções é prioridade para as empresas, segundo pesquisa
Na pesquisa da Great Place to Work feita com líderes e gestores de RH, 67% dos entrevistados disseram que vão investir, além da capacitação de líderes, em gerenciamento de emoções. Além disso, ao listarem as características dos funcionários mais valorizadas pelas empresas, a empatia e gestão humanizada foram a segunda mais citada, só perdendo para o alinhamento com a estratégia da empresa.
E para possibilitar a gestão adequada das emoções dos colaboradores, 31% dos entrevistados disseram ter introduzido benefícios relacionados ao bem-estar deles. Outros benefícios citados foram a inclusão de auxílio home office (29%) e inclusão de benefícios flexíveis (26%).
Os dados da pesquisa foram coletados entre os dias 15 de dezembro de 2021 e 7 de janeiro de 2022. A maioria dos entrevistados eram de empresas de Tecnologia (21%); 14,7% da Indústria e 13% de Serviços, com respondentes representantes também do varejo, saúde, financeiro, educação e treinamento, consultoria, agronegócio e outros setores.