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Pessoas com próteses de metal no corpo devem medir o nível de cromo e cobalto no sangue

13 ago 2018 - 17h41
(atualizado em 14/8/2018 às 00h42)
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A indústria de dispositivos médicos, que são inseridos no corpo humano para melhorar sua qualidade de vida e garantir até mesmo sua sobrevivência, está mais em alta do que nunca. São estentes, marca-passos, métodos contraceptivos, aparelhos ortodônticos, próteses ortopédicas etc. - todos aprovados pelos órgãos reguladores e frequentemente indicados pelos cirurgiões. Mas o que muita gente não sabe é que nem todo dispositivo é livre de riscos para os pacientes (sobre isso, a Netflix lançou o documentário "Operação Enganosa"). De acordo com o médico ortopedista Lafayette Lage, tem muita gente com próteses antigas de quadril e que pode estar sofrendo os efeitos tóxicos do excesso de cromo e cobalto no organismo - elementos que se desprendem ao longo dos anos, com a movimentação da prótese, e que podem causar uma série de efeitos adversos, como déficit cognitivo, perda de memória, depressão, doenças pulmonares, reações inflamatórias, impacto no sistema imunológico etc.

Foto: DINO / DINO

"Pouquíssimos médicos solicitam exames para analisar os níveis de cromo e cobalto no organismo de pacientes que usam próteses de metal, mas é importantíssimo. Níveis elevados de cobalto podem desencadear uma infinidade de sintomas, incluindo cardiomiopatia, hipotireoidismo, disfunção cognitiva, neuropatia e fadiga. Principalmente quem usa prótese há mais de cinco anos, deve ter aquelas peças inteiras, próteses tradicionais que substituíam não só a parte do osso que estava causando dor, mas também osso bom, que não tinha problema algum. Hoje em dia, com o avanço da ciência e muitos estudos empreendidos, utilizamos próteses bem menores nas cirurgias de Resurfacing. Mas ainda tem paciente com um tipo de prótese que foi retirada do mercado há alguns anos, a 'Big Head'", diz Lage.

Essa prótese foi bastante usada entre 2007 e 2012, mas com o tempo se provou um verdadeiro fracasso, porque apresentou sérios problemas. Evidentemente, ela já foi retirada do mercado, mas há pessoas que estão em risco e precisam trocá-las mesmo que ainda não tenham apresentado qualquer sintoma adverso (cirurgia de revisão ou substituição da peça). "A má reputação da 'Big Head' acabou respingando injustamente sobre a prótese de Resurfacing. Ambas são de metal-metal, mas enquanto a primeira é uma peça grande, vulnerável a riscos que poderiam liberar ainda mais metal e oxidar com o tempo no encaixe do componente femoral e a cabeça do fêmur (cone), a prótese de Resurfacing é pequena, do tamanho de uma lâmpada de led tradicional e seu soquete".

O especialista explica que, em se tratando de Resurfacing, apenas uma prótese se mostrou inviável com o passar do tempo (modelo ASR), enquanto a maioria das Big Head (colo longo) apresentaram problemas e foram retiradas do mercado. "Do ponto de vista do paciente, principalmente quando se trata de um adulto jovem e ativo, é bem melhor preservar a estrutura boa do osso e trocar apenas a parte lesionada da cabeça do fêmur. Isso, até agora, só a cirurgia de Resurfacing metal-metal tem proporcionado. Talvez num futuro próximo, essas peças possam ser substituídas por cerâmica. Mas esse material ainda está em fase de estudos, porque há risco de se partir", diz o médico - explicando que é importante aguardar pelo menos dez anos de testes e estudos antes de se indicar uma prótese nova.

Lafayette Lage explica que, na cirurgia de Resurfacing, depois de remover a cartilagem danificada, a prótese é encaixada sobre a parte preservada da cabeça do fêmur, restabelecendo exatamente a biomecânica original do fêmur proximal. A outra parte, encaixada no acetábulo como se fosse a casca de uma meia laranja, é fixada na bacia sob pressão. As duas peças são feitas de uma liga de cromo-cobalto e molibdênio extremamente resistentes ao desgaste e a fortes impactos. Com isso, a prótese tem mostrado uma sobrevivência superior a 95% após 20 anos de uso. "Além de preservar a maior parte da articulação e ser bastante resistente, permitindo ao paciente retornar às suas atividades físicas habituais, outra vantagem é a facilidade de uma eventual cirurgia de revisão para a substituição da prótese, diferentemente da prótese convencional. E tem mais: quando bem colocada, essa prótese expõe o paciente a um nível muito mais baixo de cromo-cobalto do que as próteses tradicionais, tendo mostrado redução dos casos de luxação e de infecção - provavelmente, por também ser menos invasiva no osso".

SOBRE CROMO E COBALTO

Consumido através de alimentos como carnes, grãos (feijão, soja, milho) e alimentos integrais, como massas e açúcar mascavo, o cromo é um elemento químico importante para o organismo, na medida em que regula os níveis de colesterol e glicemia. Já o cobalto é parte da vitamina B12 e é encontrado no leite e seus derivados, em vegetais de folha verde escuro, carne vermelha, fígado, ostras e mariscos. Ele ajuda na formação dos glóbulos vermelhos, combate anemia, e mantém saudável o tecido nervoso. Para aumentar a absorção do cromo e do cobalto durante as refeições, é ideal que os alimentos citados sejam consumidos juntamente com fontes de vitamina C, como suco de laranja, acerola ou abacaxi. O ortopedista Lafayette Lage recomenda que todas as pessoas portadoras de próteses de metal façam a dosagem de cromo e cobalto sérico (no sangue) e alerta que, antes do exame, o paciente deve ficar pelo menos três dias sem ingerir cerveja - já que o sulfato de cobalto é utilizado na fabricação da bebida como estabilizador da espuma.

Fontes: Dr. Lafayette Lage, médico ortopedista que introduziu a artroscopia do quadril no Brasil e um dos pioneiros na cirurgia de Resurfacing - https://www.youtube.com/watch?v=AMNR_m607wo

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5259873/ (Estudo neuropsiquiátrico considerando níveis tóxicos de cromo e cobalto no organismo)

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3710008/ (Estudo que analisa o impacto nos ossos da toxicidade dos metais liberados com o uso no longo prazo)

Website: http://www.clinicalage.com.br

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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