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PF abre inquérito após assassinato de líder indígena

No início da semana, cacique Emyra Wajãpi foi encontrado morto com sinais de facadas

28 jul 2019 - 15h39
(atualizado às 17h22)
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Manifestantes indígenas e simptizantes da causa, em Campanha Nacional conta a Medida Provisória 870/19 que concede poder ao Ministério da Agricultura a demarcar e delimitar Terras Indígenas
Manifestantes indígenas e simptizantes da causa, em Campanha Nacional conta a Medida Provisória 870/19 que concede poder ao Ministério da Agricultura a demarcar e delimitar Terras Indígenas
Foto: Paulo Guereta / Agência O Dia / Estadão Conteúdo

A invasão de garimpeiros em terras indígenas da etnia Waiãpi e a morte de um cacique estão sendo investigadas pela Polícia Federal. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai) a PF abriu inquérito hoje após chegar ao local acompanhada de equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar. A área fica no município de Pedra Branca do Amapari, 189 km da capital Macapá. A prefeita da cidade, Beth Pelaes (MDB), afirmou ao  Estadão/Broadcast que o ministro da Justiça e Segurança Pública,  Sergio Moro, confirmou que irá acompanhar pessoalmente os desdobramentos do caso.

A invasão teve início há cerca de cinco dias, mas o acompanhamento in loco das autoridades só começou após lideranças indígenas e moradores pedirem ajuda através de mensagens de celular, que repercutiram entre políticos e artistas nas redes sociais. No início da semana, o cacique Emyra Wajãpi foi encontrado morto com sinais de facadas.

De acordo com a equipe da Funai na região, a invasão começou na última terça, quando foi confirmada a morte do cacique. O grupo de cerca de 15 invasores está armado e ocupou as imediações da aldeia Yvytotõ. Os moradores da região tiveram que se abrigar em outra aldeia vizinha, chamada Mariry. Também há relatos de ameaças contra outros moradores nos últimos dias.

"Com base nas informações coletadas pela equipe em campo, podemos concluir que a presença de invasores é real e que o clima de tensão e exaltação na região é alto. Nesse caso, solicitamos articulação da Presidência da Fundação Nacional do Índio e da Diretoria de proteção Territorial (DPT) junto ao Departamento de Polícia Federal (DPF) e/ou Exército Brasileiro, para planejamento e execução de ação emergencial para apurar denúncias tratadas neste processo", diz o memorando. 

Apesar do memorando da coordenadoria regional ter sido publicado ontem, a assessoria de imprensa da Funai na esfera federal divulgou uma nota no mesmo dia falando em "suposta invasão". Questionada, a assessoria informou que, naquele momento, ainda não havia confirmação da PF se realmente havia ocorrido uma invasão.

"A Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio no Amapá encaminhou para a presidência do órgão nesse sábado (27) memorando informando sobre um possível ataque à Terra Indígena Waiãpi. Por se tratar de um local de difícil acesso, a Funai alertou os órgãos de segurança da área para se certificar da veracidade das informações", diz nota da Funai neste domingo. 

"Neste domingo, após a chegada de servidores da Fundação, da Polícia Federal e do BOPE, foi aberto inquérito pela PF para apuração da morte de um cacique que foi a óbito na semana passada. Servidores da Funai encontram-se no local e acompanham o trabalho da polícia. Assim que tivermos informações oficiais sobre o caso, atualizaremos", afirma outro trecho do texto divulgado pela Funai hoje.

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