PF conclui que sírios-brasileiros recrutaram pessoas para possíveis ataques terroristas
Uma decisão da 2ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte indica que Mohamad Khir Abdulmajid e Lucas Passos Lima monitoravam espaços ligados à comunidade judaica no Brasil
A Polícia Federal (PF) concluiu, após um mês de investigações, que dois sírios naturalizados brasileiros foram os responsáveis pelo recrutamento de pessoas no Brasil para possíveis ataques terroristas contra judeus.
Mohamed Khir Abdulmajid e Lucas Passos Lima recrutaram três brasileiros, que foram levados para o Líbano, onde fica a base do grupo radical islâmico Hezbollah. As informações são da Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo da PF obtidas pela CNN.
"É justamente no fato de Mohamed Khir Abdulmajid e Lucas Passos Lima serem os protagonistas na criação de uma rede nacional ligada ao grupo terrorista estrangeiro que se encontram os fundamentos para a decretação de prisão preventiva. Postos que, se soltos, continuarão exercendo a influência que conquistaram para expandir a organização terrorista em formação no Brasil, além de poderem dar continuidade aos atos preparatórios de terrorismo já iniciados", disse a juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima.
Lucas Passos Lima também adquiriu dispositivos de espionagem e vigilância, além de praticar tiro com arma de fogo. Ele foi preso no Aeroporto de Guarulhos assim que voltou de uma viagem a Beirute.
Mohamed está foragido na Difusão Vermelha da Interpol. Como a Polícia Federal suspeita de que ele pode ter fugido do Brasil para o Líbano no fim de outubro, houve o pedido de inclusão do nome dele entre foragidos internacionais.
A Justiça também decidiu pela soltura de outros dois investigados: Jean Carlos de Souza e Michael Messias, que, segundo a PF, colaboraram com as investigações e não oferecem risco à sociedade. Eles revelaram à PF detalhes da organização para futuros ataques contra judeus.