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PF cumpre mandados de prisão em investigação sobre espionagem ilegal na Abin durante governo Bolsonaro

Organização criminosa usava sistemas da Agência para monitoramento de autoridades públicas e disseminação de fake news

11 jul 2024 - 10h07
(atualizado às 11h37)
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Sistemas da Abin eram usados por organização criminosa
Sistemas da Abin eram usados por organização criminosa
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Nesta quinta-feira, 11, a Polícia Federal cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão em cinco Estados do País pela 4ª fase da Operação Última Milha. A ação faz parte de uma série de investigações da PF sobre uma organização criminosa que agia na espionagem ilegal de autoridades públicas e na produção de fake news dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) -- o que ficou conhecida como 'Abin paralela' -- durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

As investigações têm mostrado que a organização era bem articulada. Segundo a PF, os criminosos chegaram a acessar computadores, celulares e a infraestrutura de telecomunicações da Abin para monitorar agentes públicos. Os alvos incluiam membros dos três poderes e até jornalistas. 

Além do monitoramento ilegal, o grupo também criava perfis falsos para atacar autoridades e divulgar informações manipuladas, trabalho do grupo que recebeu alcunha de 'gabinete do ódio' dentro do governo Bolsonaro. 

Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.

Os nomes dos alvos da 4ª fase da operação foram confirmados ao colunista do Terra Guilherme Mazieiro. Um deles é Mateus de Carvalho Spósito, ex-assessor no Ministério das Comunicações no governo Bolsonaro.

Quem também aparece nas investigações é Giancarlo Gomes Rodrigues. No período em que o grupo criminoso atuava, o militar trabalhava como assessor do então diretor da Agência, Alexandre Ramagem (PL-RJ). Richards Pozzer e Marcelo Araújo Bormevet também foram alvos de mandados nesta quinta.

Ao fim da operação, os investigados poderão responder por crimes como organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.

Fonte: Redação Terra
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