PF deve indiciar Bolsonaro, militares e ex-ministros por tentativa de golpe
A Polícia Federal (PF) conclui nesta quinta-feira (21) o relatório final do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. Segundo o blog de Camila Bomfim, investigadores afirmam que, até agora, há "aproximadamente 40 indiciados" na lista. Entre os acusados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros, militares e ex-assessores presidenciais.
De acordo com fontes da investigação, a lista de indiciados é extensa e envolve nomes de peso. Além do ex-presidente, o relatório deve apontar o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Crimes investigados e atos golpistas
Os indiciados deverão responder por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Entre os atos investigados estão os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Outro ponto central do inquérito envolve planos elaborados por militares, descobertos pela PF, que incluíam o assassinato de integrantes da chapa eleita em 2022, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin, além do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Segundo a CNN, os investigadores já consideravam, desde junho, possuir elementos suficientes para o indiciamento de Bolsonaro. O relatório, que será enviado ao STF ainda hoje, está sendo mantido sob sigilo até sua conclusão.
Autor de plano para matar Lula, Alckmin e Moraes viu Bolsonaro duas vezes
A PF apurou que o general da reserva Mario Fernandes, apontado como autor do plano para matar Lula, Alckmin e Moraes, esteve pelo menos duas vezes no mesmo ambiente que Jair Bolsonaro. As interações ocorreram durante o período em que, segundo as investigações, um golpe de Estado estava sendo articulado.
O general foi preso na terça-feira (19), junto com outras quatro pessoas, na Operação Contragolpe, deflagrada pela PF. Fernandes, que já foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Bolsonaro, chegou a assumir o comando da pasta de forma interina.