PF diz que investigou vazamento em operação contra Queiroz
Após suplente de Flávio Bolsonaro dizer que senador teve informações privilegiadas de investigação, corporação diz que vai instaurar novo inquérito
SÃO PAULO - A Polícia Federal divulgou nota oficial neste domingo, 17, em que diz já ter investigado suspeitas de vazamento de informações relacionadas com a Operação Furna da Onça, que mirou esquema de desvio de salários na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A corporação diz, ainda, que uma nova investigação foi instaurado após o empresário Paulo Marinho dizer que o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), de quem foi suplente, teria recebido informações privilegiadas sobre o envolvimento de seu ex-assessor Fabrício Queiroz no esquema investigado.
"Notícia anterior, sobre suposto vazamento de informações na operação 'Furna da Onça', foi regularmente investigada pela PF através do Inquérito Policial n° 01/2019, que encontra-se relatado", diz a PF, em nota. A corporação não informou se, durante o inquérito, a suspeita de vazamento foi confirmada ou descartada. "Todas as notícias de eventual desvio de conduta devem ser apuradas e, nesse sentido, foi determinada, na data de hoje (domingo, 17), a instauração de novo procedimento específico para a apuração dos fatos apontados."
Ao jornal Folha de S. Paulo, Marinho afirmou que um delegado da PF teria avisado Flávio sobre as investigações que atingiriam Queiroz, pouco após o primeiro turno das eleições. O aviso teria ocorrido em outubro de 2018, entre o primeiro e o segundo turno das eleições daquele ano. Segundo o relato de Marinho, o delegado teria informado que membros da Superintendência da PF no Rio adiariam a operação para não prejudicar a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência.
Segundo Marinho, esse relato teria sido feito a ele pelo próprio Flávio, então candidato a senador. Neste domingo, negou as acusações e disse que o empresário teria interesse em prejudicá-lo.
"A referida operação policial foi deflagrada no Rio de Janeiro em 08/11/2018, tendo os respectivos mandados judiciais sido expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2° Região, por representação do Ministério Público Federal, em 31/10/2018, portanto, poucos dias úteis antes da sua deflagração", diz a nota da PF. "A Polícia Federal se notabilizou por sua atuação firme, isenta e imparcial no combate à criminalidade, dentro de suas atribuições legais e constitucionais."