Polícia Federal abre inquérito sobre joias enviadas a Bolsonaro
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões teria sido um presente do do regime saudita para Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle Bolsonaro
A Polícia Federal abriu um inquérito, nesta terça-feira, 6, para investigar a tentativa do governo Bolsonaro (PL) de trazer ilegalmente um conjunto de joias de diamantes avaliadas em cerca de € 3 milhões, o equivalente a R$ 16,5 milhões, em outubro de 2021.
De acordo com o jornal O Globo, a investigação ficará sob o comando da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários de São Paulo, por solicitação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Ainda conforme a reportagem, o Ministério Público Federal (MPF) pediu em reunião com representantes da Receita Federal, também nesta terça, todas as informações a respeito da apreensão das joias. Os itens teriam sido um presente do regime saudita para Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Em nota ao jornal, a procuradoria afirmou que "é necessário agora que a Receita forneça todas as informações de que dispõe para que o MPF possa analisar e decidir o encaminhamento do caso. Para evitar prejuízos à apuração, o procedimento segue sob sigilo".
As joias foram localizadas no dia 26 de outubro de 2021 na mochila do militar Marcos André Soeiro, que na época era assessor do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que viajara ao Oriente Médio, conforme informou a reportagem do jornal Estadão. A apreensão ocorreu durante uma fiscalização de rotina aos passageiros do voo 773, que vinha da Arábia Saudita para o Aeroporto de Guarulhos.
Em entrevista à CNN, Bolsonaro negou que tivesse conhecimento das joias que ele e sua esposa receberiam como presente. "Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cartão corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cartão".