Polícia procura dona da clínica que fez peeling de fenol que matou paciente
Natalia Becker deixou a clínica após a ocorrência e, desde então, não há informações sobre seu paradeiro; delegado do 27º DP afirma que "está se evidenciando que ela fugiu da prisão em flagrante"
A Polícia Civil busca localizar Natalia Fabiana de Freitas Antonio, de 29 anos, suspeita de causar a morte de um paciente em São Paulo na última segunda-feira (3). O caso está sendo investigado como homicídio.
Conhecida nas redes sociais como Natalia Becker, ela era proprietária do Studio Natalia Becker no bairro Campo Belo, zona sul da capital paulista. Foi lá que Henrique Chagas, empresário de 27 anos, realizou um procedimento estético conhecido como "peeling de fenol".
Ele havia pago cerca de R$ 4.500 pelo procedimento. O objetivo, segundo o marido dele, Marcelo, era atenuar as marcas de acne que ele tinha no rosto.
O boletim de ocorrência indica que Henrique passou mal após o procedimento, relatando tremores e dores ao marido. Momentos depois, ele começou a respirar com dificuldade e pediu socorro. Natalia e suas funcionárias chamaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que constatou o óbito.
Natalia Becker está desaparecida
De acordo com o delegado Eduardo Luís Ferreira, do 27º DP de São Paulo, Natalia deixou a clínica após o incidente e está desaparecida desde então. A polícia verificou dois hospitais onde ela supostamente poderia estar, mas não a encontrou. Também visitaram o endereço residencial informado, mas descobriu-se que ela não mora lá há cerca de três meses, reforçando a hipótese de fuga. "Neste momento está se evidenciando que, sim, ela fugiu da prisão em flagrante", afirmou o delegado à CNN.
O caso, inicialmente registrado como morte suspeita, agora é tratado como homicídio. "Desde ontem, por ocasião da instauração do nosso inquérito policial, assim que soubemos da morte do jovem, nós trabalhamos com a hipótese de homicídio. Ou seja: alguém causou a morte de alguém. Ou culposamente ou, eventualmente, dolosamente. Não sabemos ainda ao certo a definição de qual tipo de homicídio nós temos aí", explicou.
Além disso, segundo Ferreira, Natalia não tinha autorização para realizar o procedimento de peeling de fenol, pois não é médica. "O peeling de fenol é extremamente perigoso e deve ser realizado em um centro cirúrgico", ressaltou.
Ele destacou que não houve exames prévios para verificar a saúde de Henrique, o que é necessário antes de um procedimento desse tipo. "Ela não poderia solicitar esses exames, já que não é médica. A única preparação foi a aplicação de um creme momentos antes do procedimento", afirmou o delegado.
O boletim de ocorrência relata que Henrique chegou à clínica às 10h. Primeiro, sua pele foi limpa e um anestésico tópico foi aplicado. Depois, houve a raspagem da pele para a aplicação do fenol, seguida pela administração de Alivium 500 mg. Após isso, o marido de Henrique teve que aguardar do lado de fora, e o procedimento terminou ao meio-dia.
Jorge Macedo da Cunha, marido de Natalia e co-proprietário da clínica, afirmou à polícia que o procedimento é superficial e não requer exames prévios. "A preparação inclui a limpeza da pele e aplicação de anestésico no dia do procedimento, seguida pela aplicação do fenol. Após isso, o paciente permanece na clínica por pelo menos trinta minutos para recuperação", declarou Jorge.