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Policial que matou jovem negro pelas costas em SP já foi reprovado em teste psicológico

3 dez 2024 - 11h09
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O policial Vinicius de Lima Britto, de 24 anos, que matou Gabriel Renan da Silva Soares, de 26, com 11 tiros em um supermercado na Zona Sul de São Paulo, teve uma reprovação inicial no exame psicológico necessário para ingressar na Polícia Militar. Em 2021, ao participar de um concurso público para soldado de 2ª classe, foi considerado inapto, com registros de problemas de sociabilidade e instabilidade emocional.

Policial estava de folga quando descarregou sua arma em Gabriel Renan da Silva Soares
Policial estava de folga quando descarregou sua arma em Gabriel Renan da Silva Soares
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

Ainda assim, Britto ingressou na corporação meses depois, ao ser aprovado em um segundo processo seletivo. Durante esse intervalo, ele tentou reverter a reprovação anterior por meio de um mandado de segurança, alegando que a análise psicológica era subjetiva. O pedido foi rejeitado pela Justiça, e o processo foi arquivado.

Por que um exame psicológico não foi suficiente para avaliar o policial?

Conforme laudo reservado acessado pela CNN, a reprovação inicial foi baseada em aspectos como dificuldade de sociabilidade e instabilidade em interações interpessoais. O documento apontava que "tais características contraindicam o candidato para o cargo, pois poderão comprometer sua capacidade de perceber e reagir adequadamente às demandas da função".

Os psicólogos responsáveis destacaram ainda que Britto possuía uma personalidade instável, com maior aptidão para trabalhar em ambientes tranquilos. "Isso tende a dificultar a manutenção e o cumprimento de suas obrigações conforme esperado", apontou o laudo. Outra observação foi a "tendência ao descontrole emocional", que indicava risco de ações impulsivas diante de situações inesperadas.

Caso recente no mercado Oxxo

O episódio mais recente envolvendo Britto ocorreu no supermercado Oxxo, onde Gabriel foi morto pelas costas ao tentar sair do local após furtar produtos de limpeza. Imagens de câmeras de segurança mostram que ele não estava armado e não ofereceu resistência, desmentindo a alegação inicial do policial. Gabriel não chegou a esboçar qualquer reação que justificasse o disparo.

Antecedente em São Vicente

Britto também esteve envolvido em outro caso fatal no ano passado, em São Vicente, no litoral paulista. De acordo com documentos judiciais obtidos pelo portal "O joio e o trigo" e confirmados pela CNN, o policial alegou legítima defesa ao disparar contra dois homens em uma moto, que supostamente tentaram assaltá-lo e exibiram uma arma.

O boletim de ocorrência aponta que a moto utilizada pelos suspeitos era roubada. Um dos homens morreu no local, enquanto o outro foi atingido durante a fuga e morreu a poucos metros do incidente. A suposta arma usada pelos suspeitos, no entanto, nunca foi encontrada. O caso segue em investigação no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Afastamento do policial e investigações em curso

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o policial foi afastado das ruas após a execução de Gabriel. Caso a apuração confirme responsabilidade criminal, a SSP-SP afirma que poderá abrir um processo disciplinar, que pode culminar na exclusão de Britto da corporação.

Perfil Brasil
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