Sexta, 27 de setembro de 2002, 17h57

"Hambúrguer de carne, de frango, de peixe... hmmm... de ameixa?", esta é a pergunta que se repetirá em supermercados e restaurantes dos Estados Unidos e do Chile. No afã de romper com seu passado de comerciante, um empresário chileno desenvolveu o produto com o qual pretende tirar o pé da lama.

Para isso, mirou na crescente tendência de diminuir a gordura animal da dieta e voltar-se aos vegetais. Ele procurou fábricas de hambúrgueres nos Estados Unidos e no Chile para usar suas instalações na elaboração de uma alternativa: um sucessor natural do hambúrguer normal de carne.

"A idéia é que nos supermercados ele esteja no mesmo refrigerador dos demais hambúrgueres, de modo que as pessoas optem pelo caminho das gorduras ou pelo natural e sadio", disse Jorge Abukhalil, de 36 anos, que idealizou a novidade chamada de "a nova maneira de comer hambúrguer".

Carnívoro furioso até alguns meses atrás, Abukhalil apalpa sua proeminente barriga sobre a camisa e afirma que, como ele, muitos devem precisar de uma alternativa menos gordurosa. "E nada melhor que um produto tão ligado à fast food, como o hambúrguer, que mantenha todas as características de sabor, cor e consistência do tradicional de carne, mas com ingredientes naturais", disse.

"Os cientistas que me ajudaram fizeram testes com diversos vegetais, verduras e frutas, até encontrar a matéria-prima perfeita que, inacreditavelmente, já tínhamos, porque eu tenho uma plantação no Chile onde produzo ameixas", comentou o empresário. Devido à grande quantidade de fibras, a ameixa é considerada um laxante natural. Mas para fabricar um hambúrguer de consumo massivo, essa característica seria fatal.

Depois de várias pesquisas, os nutricionistas conseguiram isolar a fibra através de processos químicos e fizeram com que o produto perdesse sua propriedade laxante. Com amostras do produto pronto, Abukhalil o ofereceu a supermercados, colégios e cadeias de comida rápida nos Estados Unidos e Chile.

Hoje, o chileno já tem contratos para vendê-lo na Flórida e no Texas, e está a ponto de firmar outros na Filadélfia, Nova York e Nova Jersey. No Chile, ao menos duas cadeias de supermercados irão vender o produto, batizado de "plumburger". Cada unidade será vendida por US$ 1.

"Esperamos que ao fim de um ano estejamos lucrando cerca de US$ 100 mil mensais. Acho boa a meta de 250 mil unidades ao mês. Minha idéia não é competir com os grandes produtores, mas ser uma alternativa natural", disse Abukhalil.

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