Fujimori está refugiado da Justiça peruana no Japão, mas ainda assim foi convocado para ser suplente de mesário nas eleições regionais de novembro no Peru. O ex-presidente foi destituído pelo Congresso por "incapacidade moral". Vladimiro Montesinos, seu ex-braço direito e detonador do escândalo que o levou à queda do poder depois de dez anos, também foi convocado para ser mesário em Lima.
Cada seção é composta de três mesários titulares e três suplentes, responsáveis por preparar o local da vocação, verificar a participação dos eleitores e assinar as atas eleitorais. O Peru tem 94 mil seções eleitorais.
Fujimori renunciou à Presidência por fax, do Japão, para onde fugiu quando estourou o escândalo de corrupção no fim de 2000. O Congresso não aceitou a renúncia e preferiu destituí-lo à revelia. Desde então, a Justiça peruana tem tentado fazê-lo depor, mas o fato de o Peru não ter acordo de extradição com o Japão e de o ex-presidente ter cidadania japonesa tem impedido que isso aconteça.
Montesinos, apesar de estar preso numa base naval, foi convocado para ser mesário titular.
"O dever cívico dele está intacto. Ele foi sorteado e certamente vai ter de pagar uma multa dupla, por não assumir sua função de mesário e por não votar", disse um porta-voz do órgão responsável pelas eleições.
A multa é de US$ 79. Só estão isentos de cumprir o dever os membros das Forças Armadas, candidatos, pessoas com problemas de saúde ou condenadas judicialmente.
Montesinos foi condenado a nove anos de prisão, mas está habilitado para votar porque a lista do órgão eleitoral foi feita antes que a condenação saísse. O ex-assessor de inteligência é acusado de comandar uma rede de corrupção que envolveu juízes, militares, políticos, empresários, jornalistas e até artistas.
Reuters