Mais uma tradição acaba de se tornar vítima do "politicamente correto": o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, assinou um decreto dizendo que o Rei Momo não precisa mais ser gordo. O anúncio, feito na sexta-feira, coincidiu com o último dia do concurso para a escolha do Rei Momo do próximo ano. O favorito entre 21 obesos pesa 257 quilos. O peso mínimo no concurso deste ano é de 130 quilos."O prefeito assinou o decreto que ele espera contribuir para uma saúde melhor", disse Lolly Pastene, porta-voz da Riotur, que organiza o Carnaval da cidade. "Ele disse que a Prefeitura não pode mais apoiar este tipo de competição e, a partir de 2004, qualquer um pode participar do concurso para se tornar Rei Momo".
A porta-voz disse que os próximos Momos usarão roupas com enchimento para manter a aparência tradicional. Uma comissão especial será formada para decidir os critérios da escolha do rei do Carnaval.
O Rei Momo é chamado assim por causa do rei grego da sátira e do riso, descrito como um homem gordo. A tradição também existiu no Carnaval da Itália e na Espanha, com Don Carnal, rei do bacanal. "Isso é a típica ignorância pós-moderna das velhas tradições e costumes", criticou o antropólogo Roberto DaMatta, que trabalha na Universidade Notre Dame dos Estados Unidos.
Mas, apesar disso, acrescentou: "Quem sabe as pessoas perderão peso, o que é bom".
O Rei Momo recebe a chave do Rio de Janeiro das mãos do prefeito um dia antes do Carnaval, que no próximo ano começará no dia 1º de março. O Carnaval é celebrado em países católicos antes do período de jejuns e penitências antes da Páscoa.
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