Um padre alemão, cansado da comercialização crescente do Natal, lançou na semana passada uma campanha de combate ao Papai Noel, colando nos locais avisos nos quais se lê: "Essa é uma área livre de Papai Noel". Eckhard Bieger, um padre católico de Frankfurt, afirmou ser favorável ao feriado, à troca de presentes e às festas de família. Mas disse acreditar que o velhinho de barba branca e roupa vermelha é uma fraude alimentada por motivos comerciais. "O Papai Noel é uma criação da indústria da propaganda e da Coca-Cola com vistas a interesses comerciais", declarou Bieger. "Não tenho nada contra os presentes de Natal e não quero desapontar as crianças. Meu objetivo é recolocar São Nicolau no centro das atenções novamente e desbancar a figura do Papai Noel, que é vazia".
O artista sueco Haddon Sundblom criou, para o Natal de 1931, o Papai Noel de bochechas rosadas que aparece nos comerciais da Coca-Cola. E Bieger afirmou que, desde então, a figura vem sendo imitada. Christina Jacob, porta-voz da subsidiária alemã da fábrica de refrigerantes, disse que a Coca-Cola tinha orgulho da criação de Sundblom, cujos cartazes vêm sendo imitados no mundo todo desde a década de 1930. "Sundblom usou como modelo um motorista de caminhão da empresa, que tinha bochechas rosadas", declarou Jacob.
O moderno Papai Noel lembra muito pouco o severo São Nicolau, que distribuía punições ou presentes para as crianças da Europa continental, ou a figura senhoril das festividades natalinas da Inglaterra. Bieger distribuiu cerca de 5 mil etiquetas colantes de combate ao Papai Noel. A etiqueta apresenta a figura de um senhor vestido de vermelho e envolto por um círculo atravessado por uma faixa. O sinal lembra os avisos internacionais de "proibido fumar". "As crianças deveriam ser o foco principal da nossa atenção. Precisamos nos voltar mais para os valores importantes da vida e menos para os aspectos econômicos da festa".
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