Sexta, 26 de julho de 2002, 10h32

Disse que queria encontrar o sentido da vida e um diploma de Direito, para seguir a profissão do pai, que é a mesmo do avô, mas que não era a mesma do bisavô, que deu duro a vida toda em um armazém de secos e molhados. Foi num barzinho, no final da tarde, que virou noite conosco no mesmo lugar, ouvindo um cantor chato e seu violão, e que virou madrugada comigo dentro dela, berrando que era a puta mais gostosa do mundo. Na manhã seguinte, penteou o cabelo durante quase uma hora, jogou um beijo da porta e foi embora para sempre.

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Para se distrair, ele conta táxis.
Um táxi, dois táxis, três táxis, quatro táxis, cinco táxis, seis táxis, sete táxis...
Quando não aguenta mais, muda para fuscas. Hoje em dia são mais difíceis de encontrar.
Um fusca, dois fuscas, três fuscas, quatro fuscas...
Mas também enjoa logo de contar fuscas e começa a contar estrelas.
Uma estrela vermelha (será Marte?), uma estrela amarela, uma estrela branca...
Depois de um tempo, também desiste e começa a contar histórias. Então finalmente dorme.

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