Por que as pesquisas eleitorais de São Paulo divergem?
Quaest mostrou Marçal em crescimento, e Datafolha apontou para uma estagnação e início de rejeição do candidato
As últimas pesquisas sobre a corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo mostram cenários diferentes: de acordo com a Quaest, Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) estavam em um empate triplo técnico. Já o Datafolha apontou que a liderança estava com o psolista e o atual prefeito da capital paulista.
O elemento de diferença é Marçal. Mais especificamente, seu crescimento: conforme a Quaest, o empresário ainda crescia. Porém, o Datafolha aponta uma estagnação combinada com um recuo. O que explica, portanto, essa diferença de resultados?
Por que as pesquisas estão diferentes?
A Quaest foi divulgada na última quarta-feira (11). Segundo este levantamento, os candidatos estavam em um empate técnico triplo por causa da margem de erro, mas o candidato do Psol seguia atrás. Nunes teve 24% das intenções de voto, Marçal 23% e Boulos 21%.
Já o Datafolha foi publicado na quinta-feira (12), e apontou um empate técnico na liderança entre Nunes, com 27%, e Boulos, com 25%. Marçal apareceu em terceiro lugar com 19%.
A principal diferença entre os levantamentos é a data. A Quaest realizou a pesquisa de domingo a terça-feira, e o Datafolha coletou suas respostas entre terça e quinta-feira. Ainda assim, vale mencionar: cada pesquisa utilizou sua metodologia própria. Ou seja, não faz sentido comparar as pesquisas em si.
Fadiga de Marçal
Outra mudança na campanha de Marçal foi seu apoio entre bolsonaristas. O ex-coach teve um embate com Nunes no feriado de Sete de Setembro, quando os dois foram em uma manifestação na Avenida Paulista. A presença dele incomodou o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o acusou de "fazer palanque às custas do trabalho e do risco dos outros".
Na Quaest, 50% dos apoiadores de Bolsonaro afirmavam votar em Marçal, e 32% em Nunes. No dia seguinte, com o Datafolha, a divisão ficou mais homogênea. 39% pretendiam votar em Nunes, e 42% em Marçal.
O empresário também perdeu território com o público evangélico, que equivale a um quarto do eleitorado paulistano. Dentro da Quaest, registrou um crescimento de dez pontos. Estava com 37% das intenções de voto, bem à frente de Nunes, que tinha 26%. Já no Datafolha, Marçal apareceu com 31%, e Nunes com 29%