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Por que você nunca deve beijar um bebê

A maioria dos novos pais não tem conhecimento dos riscos de outras pessoas beijarem seu bebê recém-nascido.

24 dez 2024 - 07h14
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Existe um viés cognitivo chamado "a maldição do conhecimento" (ou "a maldição da especialização"). Ocorre quando presumimos incorretamente que todos sabem tanto quanto nós sobre um determinado assunto. Por exemplo, como microbiologista clínico, presumi que todos sabiam que era uma péssima ideia beijar um recém-nascido em qualquer parte da cabeça.

O dr. Karan Raj, um cirurgião do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, fez, recentemente, um vídeo no TikTok alertando as pessoas sobre os perigos de beijar um bebê. A julgar pelos milhares de comentários, isso era novidade para muitos na rede social.

No fim do ano passado, uma instituição de caridade britânica chamada The Lullaby Trust publicou os resultados de uma pesquisa revelando que 54% dos novos e futuros pais "deixariam amigos e familiares beijarem os seus recém-nascidos, sem estarem conscientes do risco de infecção grave".

Mas, por que é tão perigoso?

O sistema imunológico de um bebê não está totalmente desenvolvido quando ele nasce, portanto, o risco de contrair uma doença séria é muito maior.

Durante os primeiros três meses de vida, aproximadamente, este sistema humano tem menos células imunes inatas de combate a infecções, como neutrófilos e monócitos, em comparação com os adultos. Isto significa que as infecções que causam sintomas leves em adultos ou crianças mais velhas podem ser fatais para os bebês.

A atividade do vírus do herpes é um exemplo disso. Em adultos, causa infecção nos lábios, mas, os recém-nascidos podem ficar gravemente doentes após contrair o vírus. Se o herpes afetar apenas os olhos, a boca ou a pele, a maioria se recupera após o tratamento antiviral. Porém, se o vírus se tornar sistêmico e afetar os órgãos, pode até ser fatal. Quanto mais novo for o bebê, mais vulnerável ele será à infecção por herpes, especialmente nas primeiras quatro semanas após o nascimento.

Os recém-nascidos também são mais vulneráveis a bactérias infecciosas do que as crianças mais velhas e os adultos. Eles são especialmente frágeis para enfrentar infecções por patógenos intracelulares (bactérias que podem entrar e sobreviver no interior das células do organismo hospedeiro), como os estreptococos do grupo B (GBS). Essas bactérias geralmente vivem nos tratos gastrointestinal e genital de seus hospedeiros sem causar doenças. As infecções por GBS em bebês causam sepse, pneumonia, meningite e infecções sanguíneas.

Os bebês também são suscetíveis a infecções por cepas de E. coli, que não são prejudiciais aos adultos mas, em recém-nascidos pode ter consequências graves.

Demonstre carinho com segurança

Os pais de crianças muito pequenas não devem sentir-se desconfortáveis em pedir aos visitantes que evitem beijar ou tocar em seus filhos. Se o visitante realmente se preocupa com o bem-estar do bebê, ele não deve se ofender com o pedido. E os pais não devem achar que estão exagerando.

A ação mais gentil de qualquer visitante é não colocar o bebê em perigo, mas se por bons motivos precisar beijá-lo, há algumas coisas que podem reduzir o perigo de infecção que você representa.

Primeiro, certifique-se de lavar bem as mãos. E evite beijar o bebê em qualquer parte do rosto; faça isso no pé ou na nuca. Se você tiver algum tipo de infecção ativa, pense se realmente precisa visitar o recém-nascido, especialmente se ele tiver menos de um mês de idade.

As infecções por herpes são especialmente graves em bebês muito pequenos, portanto, cubra as feridas com um curativo.

Se você não estiver bem, mas achar que não pode faltar à visita, use uma máscara e evite se aproximar da criança, especialmente se ela tiver uma doença respiratória.

Tenha sempre em mente que os bebês são muito vulneráveis a infecções. Embora beijá-los seja um sinal de afeto, isso pode deixá-los terrivelmente doentes, e você se sentiria péssimo se isso acontecesse.

The Conversation
The Conversation
Foto: The Conversation

Primrose Freestone não presta consultoria, trabalha, possui ações ou recebe financiamento de qualquer empresa ou organização que poderia se beneficiar com a publicação deste artigo e não revelou nenhum vínculo relevante além de seu cargo acadêmico.

The Conversation Este artigo foi publicado no The Conversation Brasil e reproduzido aqui sob a licença Creative Commons
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