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Porto Alegre teve um aumento de 55% no número pessoas em situação de rua

Conforme relatório, o aumento se deu entre 2021 e 2022.

23 set 2023 - 18h35
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Os dados fornecidos pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania revelam que, no ano de 2022, um total de 3.189 indivíduos estavam enfrentando a dura realidade da situação de rua na cidade de Porto Alegre. Esse número representa cerca de 0,24% da população da cidade. No âmbito do estado do Rio Grande do Sul, o registro aponta para 10.877 pessoas vivendo em situação de rua, o que corresponde a aproximadamente 0,10% da população total do estado. Essas informações foram extraídas do relatório intitulado "População em situação de rua: diagnóstico com base nos dados e informações disponíveis em registro administrativo e sistemas do governo federal". Este relatório se baseia nas informações fornecidas pelo Cadastro Único do governo federal para identificar a quantidade de pessoas em situação de rua.

Foto: Reprodução / Porto Alegre 24 horas

Uma análise feita pelo Sul21, utilizando a mesma base de dados, revelou que o número de pessoas em situação de rua em Porto Alegre, identificadas pelo Cadastro Único em dezembro de 2022, chegou a 3.189 pessoas, o que representou um aumento significativo de 55% em relação a dezembro de 2021, quando o número era de 2.048. Além disso, esse é o maior contingente registrado desde o início da série histórica em 2015. Vale ressaltar que a população em situação de rua na cidade representa 0,24% do total de residentes, que é de 1.332.570.

Entre as pessoas identificadas, 1.848 (58%) declararam que dormiam nas ruas, 1.225 (38%) buscavam abrigo em albergues, 272 (8%) estavam em outros locais, e 206 (6%) tinham a sorte de ter um domicílio particular. Em relação ao acesso a serviços de atendimento, apenas 342 (10%) afirmaram não ter recebido qualquer tipo de assistência nos seis meses anteriores à última atualização do Cadastro Único, seja de órgãos governamentais ou instituições não governamentais.

É importante notar que mais da metade dessa população é composta por indivíduos nascidos em Porto Alegre, totalizando 1.839 (57%), enquanto 1.284 (40%) vêm de outros municípios. Há também 62 estrangeiros nessa situação, sendo 32 deles venezuelanos e 10 uruguaios.

Quando questionados sobre quanto tempo estavam vivendo nas ruas no momento em que atualizaram suas informações no Cadastro Único, 801 (25%) disseram que estavam nessa situação há até seis meses, 396 (12%) entre seis meses e um ano, 403 (12%) entre um e dois anos, 526 (16%) entre dois e cinco anos, 416 (13%) entre cinco e dez anos, e 647 (20%) há mais de dez anos.

É fundamental destacar que esses dados abrangem apenas as pessoas em situação de rua que buscaram atendimento nos serviços ao longo dos últimos anos na Capital, resultando no registro de suas informações no Cadastro Único. Portanto, eles podem refletir tanto um aumento real na população em situação de rua quanto um aumento na procura pelos serviços.

Esse relatório foi elaborado para cumprir uma decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que recomenda a criação de um diagnóstico abrangente da população em situação de rua, a fim de orientar as diversas atividades planejadas dentro da Política Nacional para a População em Situação de Rua.

Gênero e raça:

No que diz respeito ao gênero, das pessoas identificadas como em situação de rua, 2.764 (88,67%) são homens, enquanto 425 (13,33%) são mulheres. A maioria delas, ou seja, 2.431 (76%), encontra-se na faixa etária entre 30 e 59 anos. Além disso, foram identificadas 27 crianças e 34 adolescentes em situação de rua, e até mesmo sete pessoas com mais de 80 anos vivendo nas ruas da capital.

No tocante à raça e cor, 1.606 (50%) se autodeclararam como brancos, 808 (25%) como negros, 733 (23%) como pardos, 31 (0,97%) como indígenas e 9 (0,28%) como amarelos. Esses dados evidenciam que o número de pessoas negras e pardas vivendo em situação de rua é desproporcional em relação à composição racial da população do estado, já que, de acordo com informações do Departamento de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul, em 2019, 79% dos residentes declararam-se brancos e 21% negros.

Situação de vida:

Entre os motivos que levaram essas pessoas a viverem nas ruas, eles apontaram várias razões, que podem ser cumulativas: 1.531 (48%) atribuíram a problemas familiares, 1.085 (34%) ao desemprego, 971 (30%) à perda de moradia, 927 (29%) a problemas relacionados ao alcoolismo e ao uso de drogas.

No que se refere ao contato com familiares que não vivem na rua, 1.316 (41%) afirmaram que não mantêm contato algum, enquanto 542 (17%) mantêm contato mensalmente, 528 (16%) o fazem quase nunca, 454 (14%) mantêm contato semanalmente, 184 (5%) todos os dias e 165 (5%) anualmente. Além disso, 2.960 (93%) disseram não viver com a família nas ruas, enquanto 229 (7%) afirmaram viver com membros da família.

Entre aqueles que relataram ter alguma condição de saúde que requer acompanhamento contínuo, 607 indicaram deficiência física, 185 baixa visão, 160 transtorno mental e 106 deficiência mental ou intelectual.

Em relação à situação de emprego, 2.490 (78%) disseram que já tiveram empregos com carteira assinada, mas 3.054 (95%) afirmaram não ter trabalhado na semana anterior à coleta dos dados.

Porto Alegre 24 horas
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