Precisa diz que CPI repete Lava Jato com "ações agressivas"
Em nota de defesa, empresa alvo da comissão classificou a operação desta sexta-feira como "espalhafatosa" e "desnecessárias"
A Precisa Medicamentos, alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal nesta sexta-feira, 17, divulgou uma nota de defesa nesta manhã classificando a operação como "inadmissível".
Segundo o comunicado, a empresa entregou todos os documentos para a CPI da Covid e três de seus representantes, entre eles Francisco Maximiano, prestaram depoimentos à comissão. "Além disso, seus representantes, sempre que intimados, prestaram depoimentos à PF, CGU, além de ter entregue toda documentação ao MPF e TCU", informa a nota.
A precisa fez duras críticas à comissão do Senado e seus integrantes, e comparou suas ações com as da Operação Lava Jato.
"A operação de hoje é a prova mais clara dos abusos que a CPI vem cometendo, ao quebrar sigilo de testemunhas, ameaçar com prisões arbitrárias quem não responder as perguntas conforme os interesses de alguns senadores com ambições eleitorais e, agora, até ocupa o Judiciário com questões claramente políticas para provocar operações espalhafatosas e desnecessárias".
"A CPI, assim, repete o modus operandi da Lava Jato, com ações agressivas e midiáticas, e essa busca e apreensão deixará claro que a Precisa Medicamentos jamais ocultou qualquer documento", acrescenta.
A empresa é investigada pela CPI por suposta intermediação na negociação de doses da Covaxin entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica Bharat Biotech.
Leia a nota na íntegra:
"É inadmissível, num estado que se diz democrático de direito, uma operação como essa de hoje. A empresa entregou todos os documentos à CPI, além de três representantes da empresa terem prestado depoimento à comissão. Francisco Maximiano, por exemplo, prestou depoimento e respondeu a quase 100 perguntas, enviou vídeo com esclarecimentos, termo por escrito registrado em cartório, além de ter sido dispensado de depor por duas vezes pela própria CPI, em 1° de julho e 14 de julho.
Além disso, seus representantes, sempre que intimados, prestaram depoimentos à PF, CGU, além de ter entregue toda documentação ao MPF e TCU.
Portanto, a operação de hoje é a prova mais clara dos abusos que a CPI vem cometendo, ao quebrar sigilo de testemunhas, ameaçar com prisões arbitrárias quem não responder as perguntas conforme os interesses de alguns senadores com ambições eleitorais e, agora, até ocupa o Judiciário com questões claramente políticas para provocar operações espalhafatosas e desnecessárias. A CPI, assim, repete o modus operandi da Lava Jato, com ações agressivas e midiáticas, e essa busca e apreensão deixará claro que a Precisa Medicamentos jamais ocultou qualquer documento.
Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, advogados da Precisa Medicamentos".