Prefeitura de Bento Gonçalves questiona operadora de barragem se comportas foram abertas antes da inundação
A Procuradoria de Bento Gonçalves enviou perguntas à Companhia Hidrelétrica CERAN em busca de informações sobre a enchente que afetou a região e a possível abertura de comportas pela companhia.
A Procuradoria Geral do Município de Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul, enviou uma série de perguntas à Companhia Hidrelétrica CERAN em busca de esclarecimentos sobre a enchente que atingiu a região, causando danos significativos. Vários moradores da localidade de Linha Alcântara, no distrito de Faria Lemos, alegaram que a companhia teria aberto as comportas, resultando na inundação nunca antes vista naquela região.
O objetivo do questionamento é obter informações cruciais relacionadas ao episódio, incluindo detalhes sobre os alertas à população, a vazão da barragem, o monitoramento do rio, a abertura das comportas, relatórios de segurança e medidas preventivas adotadas pela Ceran.
O Procurador-Geral do Município, Sidgrei Machado Spassini, enfatizou a importância dessas informações e destacou que estão buscando os dados necessários para auxiliar as comunidades afetadas e prevenir futuros desastres.
As perguntas enviadas pela Prefeitura de Bento Gonçalves à Ceran incluem:
- Havia monitoramento prévio do nível dos rios do Complexo Energético Rio das Antas (Usinas UHE Castro Alves, UHE Monte Claro, UHE 14 de Julho)?
- Qual foi o primeiro alerta emitido às populações ribeirinhas?
- Qual foi o horário que emitiram o alerta de evacuação destas populações?
- Qual era o nível do Rio das Antas nos dias 02, 03, 04 e 05 de setembro?
- Houve fechamento e/ou abertura de comportas?
- Quais medidas a CERAN adotou para evitar ou atenuar possível sobrecarga no volume de água nas bacias dos Rio das Antas e Rio Taquari?
- No momento em que ocorreu a abertura das comportas das barragens houve algum procedimento de evacuação das áreas sob risco?
- A CERAN emitiu algum comunicado aos órgãos oficiais dos municípios que integram o Complexo Energético Rio das Antas, bem como aos municípios do Vale do Taquari referente aos riscos de grave inundações?
- Há algum plano de contingência e de evacuação da CERAN em casos de desastres como o ocorrido e como se dá essa comunicação aos órgãos oficiais?
- Existe encaminhamento de planos de ação e emergência a serem enviados aos órgãos oficiais e prefeituras envolvidas, além de estratégias de comunicação e alerta às comunidades potencialmente afetadas?
- Quais as inspeções de segurança são realizadas nas três barragens do Complexo Energético Rio das Antas e quais as suas periodicidades?
- Existe algum plano de prestar assistência às vítimas do desastre ocorrido?
- Existem inspeções e relatórios de revisão periódica de segurança das barragens das três usinas do Complexo Energético Rio das Antas?
Até o momento, a Ceran negou qualquer abertura de comportas, e o governo estadual informou que não houve qualquer ação mecânica desse tipo no local. A população de Bento Gonçalves aguarda ansiosamente os esclarecimentos por parte da empresa de energia para entender como as águas do Rio das Antas subiram tão rapidamente em um único dia e alcançaram níveis nunca antes vistos na história da cidade.