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Premiê da Sérvia renuncia após três meses de protestos

28 jan 2025 - 13h26
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Manifestantes fazem atos quase diários após 15 pessoas morrerem em desabamento em estação de trem. Acidente é atribuído à corrupção do governo do presidente Aleksandar Vucic, que governa o país há mais de 10 anos.O primeiro-ministro da Sérvia, Milos Vucevic, renunciou ao cargo nesta terça-feira (28/01) depois de três meses de manifestações, que eclodiram após o colapso no ano passado de uma estação de trem que deixou 15 mortos em Novi Sad, a segunda maior cidade do país.

Protestos contra o governo do presidente populista de direita Aleksandar Vucic vêm ocorrendo quase diariamente desde as mortes na estação de Novi Sad, em 1° de novembro passado. Os manifestantes atribuem o acidente à corrupção generalizada, nepotismo e obras de construção de má qualidade, e pediram que a Justiça atue com maior rapidez contra os responsáveis.

Vucevic, um aliado próximo do presidente, era oficialmente o chefe de governo na Sérvia - uma posição amplamente subordinada a Vucic, que governa o país há mais de uma década.

A renúncia do premiê deverá ser confirmada pelo Parlamento, que terá 30 dias para escolher um novo governo ou convocar eleições antecipadas.

Premiê pede retomada do diálogo

"Apelo para que todos acalmem suas paixões e retomem o diálogo", disse Vucevic em coletiva de imprensa em Belgrado. Ele garantiu que sua decisão que, segundo disse, visa diminuir as tensões no país, é "irrevogável".

"Tive uma longa reunião com o presidente da Sérvia esta manhã. Conversamos a respeito disso. Conversamos sobre tudo, e ele aceitou meus argumentos", explicou. "Assim, tomei nessa decisão para evitar complicar ainda mais as coisas, para não aumentarmos ainda mais as tensões na sociedade."

Vucevic disse que ele e seus ministros permaneceriam no cargo de forma interina até que um novo gabinete seja formado. Ele acusou os críticos do governo de tirar vantagem do colapso da cobertura da estação para fins políticos. O prefeito de Novi Sad, Milan Duric, também apresentou sua renúncia.

O premiê, que está no cargo há menos de um ano, foi prefeito de Novi Sad, no norte da Sérvia, entre 2012 e 2022. Seu mandato coincidiu com o início das reformas na estação de trem da cidade. O ex-ministro dos Transportes Goran Vesic renunciou dias após o desabamento. Ele e vários outros são alvos de ações na Justiça por supostas ações que teriam levado ao acidente.

Estudantes lideram protestos

Os protestos são liderados pelo movimento estudantil, que há meses vem impondo bloqueios a campi universitários em todo o país.

Os manifestantes realizaram um bloqueio em um trevo que liga as principais rodovias e estradas à capital sérvia que durou até a manhã desta terça. Na sexta-feira passada, os estudantes convocaram uma greve geral que teve a adesão de pequenas empresas, escolas e escritórios de advocacia em toda a Sérvia.

Pressionado, Vucic fez um pronunciamento à nação na noite desta segunda-feira defendendo a reação de seu governo à tragédia de Novi Sad e reiterando a promessa de abrir um diálogo com os manifestantes.

Os organizadores, no entanto, continuam a exigir mais ações, incluindo maior transparência na investigação do acidente e a divulgação de todos os documentos vinculados à reforma da estação.

Por meses, Vucic e outros funcionários do governo oscilaram entre acenar com negociações e alegações de que os manifestantes estariam sendo apoiados por potências estrangeiras.

Renúncia não deve arrefecer protestos

O governo divulgou uma série de documentos ligados às reformas da estação, mas especialistas da Faculdade de Engenharia Civil de Belgrado dizem que eles estão incompletos.

Outras demandas importantes incluem a retirada das acusações contra manifestantes presos nos protestos, o fim da repressão às manifestações e o aumento dos gastos do governo com educação.

Dragan Popovic, um analista do Centro de Política Prática de Belgrado, disse que as renúncias dificilmente irão diminuir os protestos. "Este governo é composto por um grupo de partidários leais que são intercambiáveis", afirmou.

"Na realidade, todos estão esperando a decisão da pessoa que, inconstitucionalmente e ilegalmente, toma todas as decisões neste país - Aleksandar Vucic."

rc (AP, Reuters, AFP)

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