Níveis dos mananciais de SP caem com chuvas escassas em setembro
Mananciais da Região Metropolitana de São Paulo apresentam queda nos volumes e pouca chuva em setembro agrava risco de abastecimento de água.
No final de setembro de 2024, os mananciais que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) apresentaram uma queda nos volumes operacionais e chuvas muito abaixo da média histórica. Mesmo com alguns registros de chuva ao longo do mês, os níveis de água armazenada diminuíram de forma consistente. Mas o que isso significa para a vida diária da população? Vamos analisar esses dados.
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O que são os mananciais e por que eles são essenciais?
Os mananciais são reservatórios naturais ou artificiais que armazenam a água que abastece a cidade de São Paulo e região. É dessa água que as pessoas usam para beber, cozinhar e realizar atividades do dia a dia. A RMSP conta com sete sistemas produtores, sendo o Cantareira o principal. Ele é um dos maiores responsáveis por levar água às torneiras de milhões de paulistas.
Queda nos volumes operacionais: o que isso significa?
Em 30 de setembro, os dados mostram que todos os mananciais apresentaram queda no volume de água armazenada. Veja alguns exemplos:
- O Cantareira, que é o maior manancial, estava com 50,9% de sua capacidade total, apresentando uma queda de -0,2% no dia. Isso significa que o volume armazenado está pouco acima da metade de sua capacidade total.
- O Alto Tietê registrou 46,5% de sua capacidade, com uma variação negativa de -0,3%.
- O Guarapiranga, responsável por boa parte do abastecimento, teve uma queda de -0,2%, mantendo 38,9% de seu volume total.
- Outros mananciais, como Cotia e São Lourenço, apresentaram quedas mais expressivas de -0,4% e -0,5%, respectivamente.
O volume total armazenado na RMSP ficou em 48,9%, com uma variação negativa de -0,3% apenas no dia.
Chuvas abaixo da média é uma situação preocupante?
Em setembro, foram registradas chuvas, mas em volumes muito menores do que o esperado. Vamos analisar alguns dados:
- O Cantareira registrou apenas 5,4 mm de chuva, enquanto a média histórica para o mês é de 81,2 mm. Isso representa uma precipitação muito abaixo do esperado, deixando o sistema sem recarga significativa.
- O Alto Tietê também teve chuva baixa, com 5 mm em comparação aos 60,3 mm esperados para o mês.
- O Rio Claro foi o sistema que recebeu mais chuva, com 20,8 mm, mas ainda assim abaixo da média histórica de 138,7 mm.
Em todos os mananciais, a chuva acumulada do mês ficou longe das médias históricas. Isso significa que, sem chuvas significativas para repor os volumes retirados para consumo, os níveis dos reservatórios continuam a cair.
Consequências da diminuição nos mananciais
Quando os mananciais apresentam queda constante nos volumes e não há chuva suficiente para reabastecê-los, surgem algumas preocupações:
- Risco de desabastecimento: com o volume armazenado em queda, aumenta o risco de restrições no abastecimento ou até mesmo rodízios, como já ocorreu em períodos de crise hídrica no passado. Isso poderia afetar diferentes bairros em diferentes horários.
- Consumo consciente: a população precisa ficar atenta ao uso consciente da água. Ações como diminuir o tempo de banho, evitar lavar calçadas ou carros, e fechar a torneira enquanto escova os dentes são atitudes simples que ajudam a economizar esse recurso tão importante.
Cenário geral e importância de acompanhamento
O volume total armazenado em todos os mananciais que abastecem a RMSP está abaixo de 50%, com tendência de queda caso as chuvas não aumentem em outubro. O acompanhamento diário dessas informações é essencial para entender como a situação está evoluindo e quais medidas podem ser tomadas para evitar possíveis problemas de abastecimento.