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Prisioneiros do Estado Islâmico atacam guardas e fazem reféns em cadeia na Rússia

Um dos agressores declarou em vídeo que a ação foi uma resposta aos supostos maus-tratos sofridos por muçulmanos detidos

23 ago 2024 - 13h02
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Prisioneiros armados com facas, que se autoproclamaram militantes do Estado Islâmico, realizaram um ataque contra guardas em uma colônia penal na Rússia, nesta sexta-feira (23). O incidente, que resultou em reféns, ocorreu na região de Volgogrado, conforme relatos da imprensa estatal e de veículos ligados aos serviços de segurança.

O presidente Vladimir Putin foi informado sobre o incidente pelo chefe do serviço penitenciário, segundo comunicado transmitido na televisão
O presidente Vladimir Putin foi informado sobre o incidente pelo chefe do serviço penitenciário, segundo comunicado transmitido na televisão
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

Imagens divulgadas pelo canal de notícias Mash mostram a brutalidade do ataque. Três agentes penitenciários uniformizados aparecem deitados no chão, imóveis, em meio a poças de sangue. Um dos guardas teve a garganta cortada, enquanto outro foi mantido sob a mira de uma faca, com o agressor o segurando pelo pescoço.

Relatórios da mídia estatal russa indicaram que ao menos um funcionário da prisão foi morto, embora as imagens sugiram que o número de vítimas seja maior. Durante o ataque, um dos agressores gritou que eles eram "mujahideen" do Estado Islâmico e afirmaram ter tomado o controle da prisão.

O presidente Vladimir Putin foi informado sobre o incidente pelo chefe do serviço penitenciário, segundo comunicado transmitido na televisão. Embora Putin tenha participado de uma reunião com seu Conselho de Segurança, ele não fez comentários diretos sobre o ataque, preferindo ouvir os relatos do ministro do Interior e do chefe do FSB (Serviço Federal de Segurança).

Violência em crescimento na Rússia

O serviço penitenciário russo divulgou um comunicado informando que os prisioneiros envolvidos no ataque aproveitaram uma sessão de uma comissão disciplinar para tomar os funcionários como reféns. "Há vítimas", dizia a nota, acrescentando que medidas estavam sendo tomadas para libertar os reféns. A colônia penal onde ocorreu o incidente é de "regime severo" e abriga até 1.241 presos do sexo masculino.

Imagens e vídeos que circularam nas redes sociais mostraram quatro agressores, aparentemente confinados em um bloco da prisão. Nas gravações, os homens são vistos caminhando em um pátio, acompanhados por um membro da equipe prisional com o rosto coberto de sangue e as mãos amarradas.

As motivações dos agressores não foram completamente esclarecidas. Um deles declarou em vídeo que a ação foi uma resposta aos supostos maus-tratos sofridos por prisioneiros muçulmanos. Sites ligados ao setor de segurança identificaram os quatro suspeitos como cidadãos do Uzbequistão e do Tajiquistão, mas suas identidades e motivos não foram confirmados oficialmente.

A Rússia tem enfrentado um aumento nos ataques de militantes islâmicos, em meio à forte concentração de suas forças de segurança na guerra na Ucrânia. Em junho, um levante sangrento em uma prisão na região de Rostov, também ligado ao Estado Islâmico, terminou com a morte de seis detentos que haviam tomado reféns. Em março, o grupo reivindicou um ataque na sala de concertos Crocus City, próximo a Moscou, que resultou na morte de mais de 140 pessoas.

Perfil Brasil
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