Procurador do TPI busca mandados de prisão contra líderes do Taliban
O procurador do Tribunal Penal Internacional disse nesta quinta-feira que solicitou mandados de prisão para os líderes do Taliban no Afeganistão, incluindo o líder espiritual supremo Haibatullah Akhundzada, acusando-os de crimes contra a humanidade por discriminação generalizada contra mulheres e meninas.
Uma declaração emitida pelo gabinete do procurador-chefe Karim Khan informou que as evidências coletadas como parte das investigações forneceram motivos razoáveis para acreditar que Akhundzada e Abdul Hakim Haqqani, que atua como juiz-chefe desde 2021, "têm responsabilidade criminal pelo crime contra a humanidade de perseguição por motivos de gênero".
Eles são "criminalmente responsáveis por perseguir meninas e mulheres afegãs, bem como pessoas que o Taliban considerava não estarem em conformidade com suas expectativas ideológicas de identidade ou expressão de gênero, e pessoas que o Taliban considerava aliadas de meninas e mulheres", segundo a nota.
A perseguição ocorre desde pelo menos 15 de agosto de 2021 até os dias atuais, em todo o território do Afeganistão e está em andamento, disse o procurador.
A investigação sobre o Afeganistão é uma das mais longas realizadas pelos procuradores do TPI e tem sofrido atrasos legais e práticos. O exame preliminar inicial começou em 2007 e foi somente em 2022 que uma investigação em grande escala avançou.
Desde que o Taliban islâmico do Afeganistão retornou ao poder em 2021, ele tem restringido os direitos das mulheres, incluindo limites à escolaridade, ao trabalho e à independência geral na vida cotidiana.