Proibição de celulares nas escolas do Reino Unido começa a mostrar resultados
Nos últimos anos, o uso de celulares por estudantes em ambientes escolares tem sido amplamente debatido. Recentemente, o governo brasileiro considerou a implementação de uma lei que poderia impor restrições significativas ao uso de dispositivos móveis nas escolas públicas e privadas. Este movimento no Brasil segue um exemplo já estabelecido pelo Reino Unido, que introduziu medidas semelhantes no início deste ano.
No Reino Unido, a proibição do uso de celulares em escolas foi aplicada de maneira abrangente. Nenhum aluno pode utilizar esses dispositivos dentro das dependências escolares. Os estudantes são obrigados a entregar seus telefones aos responsáveis no início do dia, recuperando-os somente após o fim das atividades escolares. Esta política visa estimular uma maior interação entre os alunos e melhorar o foco nas atividades educacionais.
Resultados obtidos no Reino Unido
Após a implementação da proibição, diversas escolas reportaram mudanças positivas. De acordo com uma reportagem conduzida pela BBC, muitos alunos levaram algum tempo para se adaptar à nova norma, mas os resultados foram notáveis. A interação social entre os estudantes aumentou significativamente, e houve uma melhoria notável no desempenho escolar, conforme afirmado por uma diretora de escola em Devon.
Com mais de 60 escolas em Londres revisando suas políticas de uso de celulares, a proibição tem ganhado popularidade. Além disso, organizações como a Smartphone Free Childhood estão incentivando os pais a postergar a compra de celulares para seus filhos ou optar por dispositivos que oferecem funcionalidades limitadas, como apenas chamadas e mensagens de texto.
eu apoio super a proibição do uso de celular nas escolas de ensino infantil/fundamental
— caca ✠ (@kakaroto_cm) November 18, 2024
Como a proposta de lei pode impactar o Brasil?
No Brasil, a proposta de lei foca principalmente em alunos de dez anos ou menos. Assim como no Reino Unido, a restrição seria aplicada durante as atividades escolares e os intervalos, com exceções específicas para usos pedagógicos, necessidades de acessibilidade e condições médicas. Pesquisas destacam os riscos associados ao uso excessivo de celulares por crianças, como exposição a conteúdos inadequados e impactos no desenvolvimento emocional e social.
Para os alunos mais velhos, com 11 anos ou mais, a abordagem seria diferente, permitindo o uso controlado dos dispositivos para fins educativos, sob supervisão dos professores. Especialistas sugerem que esses estudantes têm uma capacidade maior de autorregulação, o que justifica uma política menos restritiva para essa faixa etária.
Se aprovada, a lei brasileira poderia trazer mudanças significativas no ambiente escolar, da mesma forma que ocorre no Reino Unido. Segundo Bons Fluidos, o foco em limitar a distração digital promete ressignificar a experiência educacional, promovendo mais interações sociais e o potencial aumento do desempenho acadêmico. No entanto, a discussão sobre a necessidade de equilibrar o uso tecnológico com benefícios pedagógicos continua a ser relevante.