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Provedores de internet buscam R$ 1,2 bilhão para reconstruir rede de fibra ótica danificadas na enchente no Rio Grande do Sul

Enchentes danificam 6 mil quilômetros de cabos, afetando 30% dos municípios gaúchos

27 mai 2024 - 11h48
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As chuvas e enchentes que atingiram 425 municípios gaúchos desde o início de maio causaram sérios danos à infraestrutura de internet no Estado. Mais de 6 mil quilômetros de cabos de fibra ótica foram destruídos, afetando a comunicação em 149 municípios, o que representa 30% das cidades do Rio Grande do Sul.

Foto: Freepik / Porto Alegre 24 horas

Para restabelecer a conexão, os provedores de internet buscam em Brasília um socorro financeiro de R$ 1,2 bilhão. A proposta é obter linhas de crédito com prazos alongados e juros baixos, uma medida vista como essencial para normalizar a situação e garantir a sobrevivência das pequenas prestadoras de serviços (PPPs), que atendem 53% do mercado de banda larga fixa no Estado.

Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) pode ser solução

Presidente da InternetSul defende uso de recursos para reconstrução da rede

Fábio Brada, presidente da Associação dos Provedores de Serviços e Informações da Internet (InternetSul), propôs sensibilizar o governo federal e a Anatel para utilizar os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Atualmente, o fundo possui cerca de R$ 50 bilhões que ainda não foram utilizados para ações setoriais. Brada sugere que parte desses recursos seja direcionada para a reconstrução da rede de fibra ótica e para o capital de giro das empresas gaúchas.

Durante uma visita a Brasília, Brada discutiu a criação de um mecanismo não-reembolsável para acesso emergencial aos recursos do Fust. Na falta dessa possibilidade, ele destacou a urgência de estabelecer melhores condições de pagamento para financiamentos, incluindo linhas de crédito com carência de 36 meses e quitação em sete anos, operadas por bancos e cooperativas, além do BNDES.

Pequenas prestadoras enfrentam desafios para manter serviços e empregos

Empresas locais trabalham juntas para restaurar serviços

Até a semana passada, 612 mil conexões de banda larga fixa estavam afetadas no Rio Grande do Sul, sendo que 92% dessas ligações eram fornecidas por pequenos e médios provedores de serviços. Estas empresas desempenham um papel crucial na desconcentração do mercado, oferecendo planos acessíveis e sendo, muitas vezes, a única opção de banda larga fixa em cidades do interior.

Fabiano André Vergani, diretor de Relações Institucionais da InternetSul, alerta que a incapacidade de restabelecer os serviços faz com que empresas maiores assumam os contratos dos pequenos provedores afetados. Ele enfatiza que a tragédia prejudicou a entrega dos serviços, afetando diretamente as empresas de menor porte que empregam dezenas de pessoas, muitas das quais estão desabrigadas.

Mesmo diante das dificuldades, os provedores de internet do interior gaúcho estão colaborando entre si para restaurar os serviços. Em Candelária, apenas uma das quatro empresas locais permaneceu operando no auge dos alagamentos. Filipe Ellwanger, proprietário da FAE Tecnologia, compartilhou sua rede de fibra ótica com outras empresas da região, ajudando a restabelecer a comunicação em muitas residências e empresas que estavam sem acesso à internet.

A iniciativa de Ellwanger e de outros provedores demonstra a solidariedade e a importância da colaboração para enfrentar a crise e garantir que os serviços essenciais de internet sejam restabelecidos o mais rápido possível.

Porto Alegre 24 horas
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