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PT busca frente de oposição na eleição à presidência da Câmara

Proposta do partido é que siglas de esquerda se posicionem em conjunto na escolha do sucessor de Maia

11 dez 2020 - 20h35
(atualizado às 20h39)
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Em reunião realizada nesta sexta-feira, 11, a executiva nacional do PT decidiu que vai tentar construir um bloco de esquerda na Câmara para que os partidos se posicionem em conjunto na escolha do sucessor de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Casa. Diante da falta de consenso sobre apoiar o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente Jair Bolsonaro, um nome ligado a Maia ou lançar candidato próprio, o partido decidiu adiar a decisão.

A proposta de unidade das esquerdas, que será encaminhada às direções e bancadas dos demais partidos (PSB, PDT, PCdoB, PSOL e Rede), se baseia em dois pontos: o compromisso do candidato com uma agenda mínima dos partidos de oposição e a garantia da aplicação do critério da proporcionalidade nas composição das comissões e da Mesa Diretora.

O PT tem a maior bancada da Câmara, mas ficou fora dos principais cargos nesta legislatura por se recusar a apoiar Maia, eleito em 2019, a quem o partido chamava de golpista. Com isso, o partido foi praticamente excluído das principais decisões do Congresso no último biênio.

Segundo a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, a opção por apoiar um dos nomes que tenham mais condições de vitória, mesmo que isso signifique ajudar a eleger o bolsonarista Lira, tem como objetivo garantir mais poder de atuação parlamentar em oposição a Bolsonaro nos próximos dois anos.

A ideia era sair da reunião desta sexta com uma decisão encaminhada sobre qual vai ser a posição do PT na eleição para a presidência da Câmara. No entanto, a indefinição do quadro com divisões tanto na base de Lira quanto na de Maia fizeram com que o partido adiasse a definição.

A agenda de compromissos que o partido pretende entregar aos candidatos inclui pedidos para que a Eletrobrás e os Correios sejam poupados nas privatizações, posição contrária à autonomia no Banco Central, inclusão de um imposto sobre grandes fortunas na reforma tributária, manutenção da autonomia do Congresso em relação ao Palácio do Planalto e o impedimento a retrocessos na área dos direitos civis.

Estadão
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