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PT diz que se Lula for eleito manterá Campos Neto no BC

Economista tem mandato até 2024, estipulado em 2021 após a aprovação da lei de autonomia do BC; parte do PT, no entanto, defende renovação da medida

5 abr 2022 - 14h30
(atualizado às 14h41)
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Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fala em cerimônia no Palácio do Planalto
24/02/2021
REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fala em cerimônia no Palácio do Planalto 24/02/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Na tentativa de aproximar o PT do empresariado, a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, participou, nesta segunda-feira, 4, de um jantar com executivos em São Paulo. Durante o encontro, a petista se manteve firme em pontos da pauta econômica da sigla que provocam desconforto ao empresariado, como a revogação de reformas. Mas também fez acenos ao grupo de donos de grandes empresas.

Durante o encontro, Gleisi disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se eleito, vai manter o economista Roberto Campos Neto à frente do Banco Central (BC). Campos Neto tem mandato até 2024, estipulado em 2021 após a aprovação da lei de autonomia do BC. Apesar da fala de Gleisi, parte do PT defende a renovação dessa medida.

Apesar das divergências e preocupações do empresariado com a pauta petista, o jantar não foi marcado por nenhum embate mais exaltado. O evento aconteceu na casa do empresário João Camargo Neto, do grupo Esfera Brasil, e teve como objetivo estabelecer uma ponte entre o PT e empresários. Entre os presentes, estavam Abílio Diniz e Flávio Rocha, da Riachuelo.

A presidente do PT voltou a defender a revisão da reforma trabalhista e disse que a medida não gerou mais empregos. A presidente do PT criticou de maneira contumaz a privatização da Eletrobrás, como tem feito publicamente. Em fevereiro, Gleisi afirmou que o processo era um "crime lesa pátria" por considerar que a estatal vale muito mais do que os R$ 67 bilhões do valor de outorga.

Chegou também a rebater questionamentos de empresários sobre a falta de eficiência do Estado. Mencionou, por exemplo, que o Sistema Único de Saúde tem garantido a vacinação e tratamentos do País, em especial, na pandemia. Por isso, segundo Gleisi, não seria possível dizer que o Estado é totalmente ineficiente. Também defendeu a retomada de investimentos públicos, por exemplo, no setor de energia, e em refinarias.

Apesar das críticas ao processo de privatização da Eletrobrás, também disse que o partido não descarta totalmente privatizações se forem necessárias.

A presidente do PT foi ao evento acompanhada do economista Gabriel Galípolo, ex-presidente do Banco Fator. Galípolo assinou um artigo ao lado do ex-prefeito e pré-candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad no jornal Folha de S.Paulo, na última sexta, 1º, em que defenderam a criação de uma moeda sul-americana para integrar países do continente.

Estadão
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