PT: Moro mostra parcialidade ao aceitar convite de Bolsonaro
A manobra do presidente eleito e do juiz denunciaria um caráter político da Lava Jato, segundo integrantes do PT
Quadros importantes do PT demonstraram revolta com anúncio do juiz da Lava Jato em Curitiba, Sério Moro, de que será ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Segundo eles, o fato confirma de que a operação que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros integrantes do partido seria uma ofensiva política.
Bolsonaro foi eleito com uma campanha focada no anti-petismo e na retórica anti-corrupção, favorecida pelo estrago feito pela Lava Jato no PT e outros partidos políticos. Em sua conta oficial no Twitter, o Partido dos Trabalhadores afirmou que o juiz é parcial:
Moro mostra a sua parcialidade na Lava Jato ao aceitar cargo no governo de Bolsonaro. https://t.co/DWgGiuD9OU
— PT Brasil (@ptbrasil) 1 de novembro de 2018
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que "Moro será ministro de Bolsonaro depois de ser decisivo pra sua eleição, ao impedir Lula de concorrer".
Moro será ministro de Bolsonaro depois de ser decisivo pra sua eleição, ao impedir Lula de concorrer. Denunciamos sua politização qdo grampeou a presidenta da República e vazou pra imprensa; qdo vazou a delação de Palocci antes das eleições. Ajudou a eleger, vai ajudar a governar
— Gleisi Lula Hoffmann (@gleisi) 1 de novembro de 2018
Segundo o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), "poucas coisas podem ser mais descaradas". Lindbergh não foi reeleito.
Poucas coisas podem ser mais descaradas do que isto. Sempre alertamos que Moro atuava como militante, e não como magistrado. Depois de interferir no processo eleitoral, vira ministro do candidato beneficiado por ele. Em qualquer lugar do planeta isso seria um escândalo.
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) 1 de novembro de 2018
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do partido na Câmara Federal, diz que a atuação de Sério Moro na Lava Jato foi em torca do cargo de ministro.
A operação Mãos Limpas na Itália levou Berlusconi a governar a Itália.
A #LavaJato levou Bolsonaro a ser eleito presidente.
Mas os juízes e procuradores italianos tiveram pudor e não foram para o ministério de Berlusconi.#Moro
— Paulo Pimenta (@DeputadoFederal) 1 de novembro de 2018
José Guimarães (CE), um dos principais deputados do partido afirmou que "Fica claro o caráter político da Lava Jato":
Moro aceita convite de Bolsonaro para comandar o Ministério da Justiça | Política | G1. Era tudo que podia acontecer. Fica claro o caráter político da lava jato. https://t.co/MToB6yKnSe
— José Guimarães (@guimaraes13PT) 1 de novembro de 2018
Até a publicação deste texto, o candidato do PT a Presidência, Fernando Haddad, não havia se manifestado por meio de redes sociais. Ele foi derrotado por Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição, e analistas políticos apontam que sua votação (45%) seria suficiente para projetá-lo como líder da oposição.
Sua companheira de chapa, Manuela D'ávila (PCdoB-RS), disse que Moro "decide tirar a toga para fazer política".
Vamos nos encontrar? pic.twitter.com/HSJa8qj4Sq
— Manuela (@ManuelaDavila) 29 de outubro de 2018