Pulgas e carrapatos podem se concentrar no ambiente e acometer os humanos; saiba como prevenir
Mesmo sem animais, residências podem ser a causa da infestação desses parasitas que transmitem diversas doenças
Pulgas e carrapatos são ectoparasitas comumente associados aos animais. No entanto, os humanos também podem ser acometidos por eles e, para isso, não necessariamente precisa ter um pet em casa.
Jade Petronilho, médica-veterinária e coordenadora de conteúdo da Petlove, explica que existem diversos tipos de pulgas e carrapatos. "Dentre eles podemos citar: Pulga do cão (Ctenocephalides canis), Pulga do gato (Ctenocephalides felis), Carrapato vermelho do cão (Rhipicephalus sanguineus), Carrapato estrela (Amblyomma cajennense) e Carrapato amarelo do cão (Amblyomma aureolatum)", lista.
Os parasitas externos se alimentam de sangue e, embora possuam preferência por alguns animais, não se isentam e, por isso, qualquer acometido por eles corre risco de suas consequências à saúde.
Consequências à saúde e prevenção
"Além de muita coceira e irritação, nos animais esses parasitas podem ocasionar doenças como a dermatite alérgica à picada de ectoparasitas (DAPE), verminoses como a dipilidiose, ocasionada por pulgas infectadas em cães e gatos, anemia infecciosa felina, erliquiose, babesiose, anaplasmose, entre outras", informa Jade.
As condições adversas nos seres humanos costumam ser febre maculosa, doença de lyme, babesiose e erliquiose, além de coceira, irritação e alergia no local da picada dos carrapatos. "Em nós, as pulgas também podem causar dermatite alérgica, verminose e doenças graves como a peste bubônica, transmitida por pulgas de ratos contaminadas por uma bactéria", alerta a profissional. Portanto, nesses casos, a consulta médica é indispensável.
O risco de contaminação não é exclusividade de áreas rurais, nem mesmo necessita de um animal no local, especialmente em casos de carrapatos, visto que esse parasita pode se alojar em roupas, sapatos e outros. Jade informa que os ambientes mais propensos à infestação são lugares quentes e úmidos, gramas, com alta concentração de animais e de higiene precária. "Vale lembrar que quando encontramos pulgas e carrapatos em nossos pets, é um sinal de que todo o ambiente em que vivem está infestado", garante.
Marcio Barboza, médico-veterinário e gerente de técnico pet da MSD Saúde Animal, acrescenta que pulgas e carrapatos costumam se alojar em sofá, cama (especialmente a que o animal parasito dorme), tapetes, frestas de paredes e rodapés. "Além disso, é importante ressaltar que em alguns períodos do ano, como climas de altas temperaturas e muita umidade, são os mais propícios para o desenvolvimento de pulgas e carrapatos. No entanto, isso não limita a presença deles durante todas as estações do ano", pondera.
Ao notar a presença de qualquer um desses parasitas no animal ou em casa, é imprescindível consultar um médico-veterinário para a devida orientação de dedetização do ambiente e tratamento do pet, bem como avaliar os possíveis prejuízos à saúde. Contudo, ambos os especialistas destacam a necessidade de prevenção, para evitar futuras infestações e suas consequências.
Segundo Jade, ter atenção ao ambiente é essencial para prevenção. Para isso, ela destaca a importância de manter o local higienizado, arejado e sem aglomeração de animais. Esses cuidados, entretanto, não excluem a necessidade do uso de antipulgas e carrapaticidas, considerados pela especialista os melhores métodos preventivos.
Por fim, a médica-veterinária destaca que existem inúmeras opções para prevenir esses e mais parasitas animais, como produtos de ação imediata e duração de 24 horas, shampoos, coleiras, comprimidos palatáveis de ação de 30 a 90 dias e pipetas. A escolha do método deve seguir orientação profissional, considerando fatores como idade, porte, peso, estilo de vida e ambiente.