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Quantas bases militares os EUA têm na América Latina?

11 jan 2025 - 16h50
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Honduras ameaçou expulsar americanos de posto militar no país após falas de Donald Trump. Já Argentina e Equador têm diálogo aberto para receber Forças Armadas dos EUA.O interesse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de avançar sobre o Canal do Panamá, deportar hondurenhos e até mesmo mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América já provoca reação de líderes latino americanos. No começo de janeiro, por exemplo, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, reagiu às declarações do republicano e ameaçou expulsar americanos da base militar "La Palmerola", ocupada por forças dos EUA há mais de 40 anos.

"Frente a uma atitude hostil de expulsão massiva de nossos irmãos, teríamos que considerar um ajuste em nossas políticas de cooperação com os Estados Unidos, especialmente na área militar, onde, sem pagar um centavo por décadas, mantêm bases militares em nosso território, que, neste caso, perderiam toda a razão de existir em Honduras", disse Castro sobre a instalação que abriga cerca de 500 militares americanos.

A base de Honduras, no entanto, não é a única que os Estados Unidos têm na região. A mais conhecida e mais antiga dessas instalações é a Base Naval de Guantánamo, gerida pelos EUA com base em um acordo de arrendamento perpétuo firmado em 1903. Na instalação, que também abriga uma prisão, há cerca de 1.500 fuzileiros navais destacados.

Luta contra o narcotráfico

"Na realidade, os Estados Unidos não têm tantas bases na região", diz à DW Adam Isacson, diretor do programa de Supervisão de Defesa do Washington Office on Latin America (Wola). "Além das de Honduras e Cuba, devemos considerar um posto avançado onde usam uma pista em El Salvador, e em Curaçao há algo semelhante", explica o especialista. No caso de El Salvador, ele se refere ao aeroporto de Comalapa, onde aviões americanos apoiam missões de rastreamento de tráfico de drogas.

Em Curaçao, por sua vez, os Estados Unidos têm um acordo assinado com a Holanda, que detêm a soberania da ilha caribenha, para permitir a presença americana no aeroporto internacional de Hato. Uma situação semelhante ocorre em Aruba, onde os americanos mantêm um número limitado de forças no aeroporto internacional Reina Beatrix. Em ambos os casos, a missão oficial é a luta contra o narcotráfico.

No entanto, a Venezuela vem denunciando que aviões americanos que decolam de Curaçao violam seu espaço aéreo e realizam missões de vigilância. Em 2015, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, afirmou que um avião militar DACH-8 dos Estados Unidos entrou em águas territoriais venezuelanas. E em 2018, um Boeing C17 teria feito reconhecimento sobre território da Venezuela. .

Presença em declínio que pode mudar

Os EUA já tiveram maior presença na região. No entanto, o Tratado Torrijos-Carter, que entregou o controle do Canal do Panamá aos panamenhos, influenciou uma presença cada vez menos massiva das forças americanas no país e, por extensão, na região.

Nesse contexto, em dezembro de 1999, os Estados Unidos fecharam o Fort Clayton, a última de suas bases militares no Panamá, que já abrigou 20.000 soldados. Um mês antes, a Base Aérea Howard também havia sido encerrada. E duas décadas antes, em 1979, a Base Albrook deixou de operar.

Após um acordo assinado em 1999, o Equador permitiu que os Estados Unidos instalassem uma base em Manta, na costa do país, por dez anos. Esse acordo expirou em 2009 e não foi renovado pelo governo de Rafael Correa, que proibiu novas bases estrangeiras no país.

"Desde que os Estados Unidos saíram do Canal do Panamá em 1999, não há mais bases nesse país. Claro, há militares que visitam e colaboram com seus parceiros em toda a região, e isso acontece frequentemente com a Colômbia, por exemplo, mas não há bases formais, não há quartéis dedicados cem por cento aos soldados dos Estados Unidos", além das já mencionadas, afirma Isacson. Embora isso possa mudar no médio prazo.

O atual presidente equatoriano, Daniel Noboa, tem apresentado propostas para abrir novamente as portas para tropas americanas apoiarem a luta contra o narcotráfico. E o presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou em abril de 2024 a instalação de uma base militar americana na Patagônia, em um projeto de longo prazo cujo objetivo seria a "recuperação" das Ilhas Malvinas.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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