Quatro pessoas da mesma família morrem após comer arroz envenenado: 'Impossível'
Quatro membros de uma família do Piauí morreram; tragédia ocorreu após ingerirem arroz envenenado, levantando suspeitas de homicídio
Uma tragédia abalou os moradores de Parnaíba, litoral do Piauí, no início deste ano. Quatro pessoas da mesma família morreram após ingerirem, na última quarta-feira (01), um arroz envenenado. No total, nove pessoas foram internadas, sendo as vítimas fatais Manoel Leandro da Silva, de 17 anos, Francisca Maria da Silva, de 32 anos, e seus dois filhos, Igno Davi, de 1 ano, e Maria Lauane Fontenele, de 3 anos.
O que aconteceu?
Na tarde do dia 1 de janeiro, diversos membros de uma mesma família começaram a passar mal após o primeiro almoço do ano. No cardápio, estavam um feijão tropeiro, um baião de dois e uma manjuba. De acordo com o Hugo Gloss, o delegado Renato Pinheiro explicou que todos foram encaminhados para o Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda), e Manoel Leandro faleceu ainda na ambulância.
"O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e, quando chegou, uma das vítimas estava apresentando um quadro de convulsão. Iniciaram o atendimento e identificaram um possível envenenamento. Toda a família estava apresentando sinais de intoxicação. Parte dos peixes foi apreendida para a perícia ser feita", explicou.
Desespero na família
Em entrevista ao Fantástico, Maria dos Aflitos da Silva, mãe de Manoel, contou que optou por não almoçar naquele dia, e presenciou a morte de seus familiares. "Terminaram de comer e meu menino já começou a passar mal. Aí foi um atrás do outro, não sabia o que fazia. Se acudia um ou se acudia o outro", relatou, emocionada. "A gente fez o arroz, quem fez foi eu. A gente fez o feijão tropeiro, fiz o baião, todo mundo jantou, ninguém passou mal, nada. Todo mundo normal", explicou.
Descoberta do veneno
Após laudo pericial feito pelo Instituto de Medicina Legal (IML), foi descoberto que o baião de dois, preparado pela família no dia anterior, estava envenenado em grande quantidade. O alimento tinha terbufós, substância altamente tóxica, semelhante ao chumbinho. Com o resultado, a Polícia Civil do Piauí (PCPI) investiga o caso como homicídio.
"É impossível ter ido parar lá sem a intenção de alguém", apontou o delegado Abimael Silva. "No dia 31, a família fez o baião de dois e consumiu, mas ninguém passou mal. Só depois do meio-dia do dia 1º, começaram a sentir os efeitos", explicou.
Investigação por homicídio
Maria, familiar das vítimas, acredita que a casa pode ter sido invadida. "Essa porta aqui não tem segurança, a porta da frente muito pior, é só empurrar e entrar que ninguém escuta nada. E todo mundo dormindo. Tem a capacidade de alguém ter entrado aqui e ter botado o veneno na comida", observa.
Essa não é a primeira vez que mortes por envenenamento atingem a família. Segundo o portal da Globo, Francisca já tinha perdido dois filhos pelo mesmo motivo em agosto de 2024. Na ocasião, duas crianças morreram após ingerirem cajus envenenados com a mesma substância tóxica. A vizinha, suspeita do crime, foi presa por duplo homicídio qualificado.
Apesar de não existirem evidências que comprovem a ligação dos dois casos, a polícia segue investigando a situação. "Alguém colocou a substância no arroz no dia 1º. A gente entende que houve uma intenção de colocar essa substância na comida deles, e a gente vai partir para uma investigação de homicídio, descartando morte natural ou acidental", destacou Abimael.