Queijo Minas Artesanal vira patrimônio imaterial reconhecido pela Unesco
O Queijo Minas Artesanal é um dos mais emblemáticos produtos da culinária brasileira, carregando consigo séculos de tradição e história. Produzido em Minas Gerais desde o período colonial, este queijo é feito a partir de leite cru, técnica que tem sido passada de geração para geração. Sua relevância não reside apenas no sabor, mas também no profundo vínculo com a identidade cultural das comunidades mineiras.
A inclusão dos modos de fazer o Queijo Minas Artesanal na Lista Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco representa o primeiro reconhecimento mundial deste tipo para um alimento brasileiro. Este feito ressalta não apenas a distinção do queijo em si, mas o método tradicional de produção que envolve práticas sustentáveis e respeito à herança cultural.
Como o Queijo Minas Artesanal se tornou patrimônio imaterial
O processo de reconhecimento começou em março de 2023, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) encaminhou o pedido à Unesco. A 19ª Sessão do Comitê para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da Unesco, realizada em Assunção, Paraguai, aprovou a solicitação. Este reconhecimento não só celebra o alimento, mas também destaca a importância da agricultura familiar e das práticas caseiras que promovem a sustentabilidade e o fortalecimento da comunidade local.
É significativo que o Iphan, vinculado ao Ministério da Cultura, já reconhecesse, desde 2008, os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal como patrimônio cultural no Brasil. Esta nova distinção pela Unesco amplia o impacto cultural, preservando e celebrando uma rica - e saborosa - tradição histórica brasileira.
Por que a humanização do queijo é importante?
De acordo com Leandro Grass, presidente do Iphan, o valor do Queijo Minas Artesanal está intrinsicamente ligado aos criadores que o produzem. "Por trás da história do queijo minas nós temos a história do Brasil e da agricultura familiar", explica. Não é apenas o produto que merece ser enaltecido, mas todo o savoir-faire ao seu redor.
Essa abordagem humanizada da produção do queijo conecta a prática à história do Brasil. Reflete um pacto de cuidado e de preservação cultural, como sublinhado nas palavras da ministra da Cultura, Margareth Menezes, que enfatiza o papel do reconhecimento na manutenção da memória e da sabedoria popular. "Um grande viva às comunidades produtoras do queijo artesanal, este alimento que nos traz tantos saberes, memórias e a preservação da agricultura familiar", escreveu em nota.
Os modos de fazer do Queijo Minas Artesanal acabam de ser reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade! A iguaria mineira é o primeiro elemento da cultura alimentar brasileira a integrar a lista. Orgulho demais! Comenta aqui se gostou da novidade! pic.twitter.com/Dza6TqkN9W
— Governo do Estado de Minas Gerais (@governomg) December 4, 2024