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Queimadas deixaram picanha 43,5% mais cara e café sobe 14%, aponta pesquisa

Incêndios destruíram um território equivalente ao da Paraíba só no mês de agosto; maioria dos casos foi em áreas de pastagens

5 out 2024 - 15h49
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O agronegócio no Brasil enfrenta tempos desafiadores, muito por conta dos impactos das mudanças climáticas. As secas e queimadas que assolam o país têm trazido consequências significativas, sobretudo no aumento dos preços de produtos essenciais como café, feijão, carnes e leite. O cenário se torna ainda mais preocupante quando observamos os números: a elevação nos preços de carnes bovinas, por exemplo, é um reflexo direto das adversidades climáticas.

Preço da picanha subiu de R$ 59,62 na semana de 4 de agosto para R$ 85,56 na de 15 de setembro
Preço da picanha subiu de R$ 59,62 na semana de 4 de agosto para R$ 85,56 na de 15 de setembro
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

A atual situação climática no Brasil está ligada a um aumento considerável nos focos de incêndios, especialmente durante o mês de agosto. Esse fenômeno tem causado estragos em áreas estratégicas para a agropecuária, culminando em um aumento expressivo no custo final de vários produtos alimentícios. Como exemplo, a picanha sofreu um aumento impressionante, atingindo uma diferença percentual significativa em um curto espaço de tempo.

Como a seca e as queimadas estão impactando os preços?

O estudo realizado pela Neogrid revela que as alterações climáticas, como a seca intensa e os incêndios, estão pressionando os preços de diversos produtos. As secas prolongadas e as queimadas afetam diretamente as pastagens e áreas de cultivo, obrigando pecuaristas a adotarem práticas mais dispendiosas, como a migração para o confinamento do gado. Isso, por sua vez, tem um efeito cascata, resultando em preços mais altos para carne e produtos lácteos.

A situação torna-se ainda mais alarmante quando se nota que apenas no mês de agosto, as queimadas destruíram uma área equivalente ao estado da Paraíba. Essa destruição massiva impacta diretamente na pecuária e agricultura, pois muitas das áreas afetadas são pastagens essenciais para a atividade agropecuária.

A crise no preço dos alimentos essenciais

Os preços de produtos alimentícios básicos como leite, café e feijão também sentiram o impacto das mudanças climáticas. Enquanto o leite viu um aumento de quase 10%, feijão e café tiveram aumentos significativos entre agosto e setembro. Essas elevações nos preços são atribuídas à perda de colheitas e à antecipação da entressafra forçada, situações causadas pela persistente seca e avassaladoras queimadas.

Este cenário de perdas nas colheitas é particularmente destacado pelo caso da cana-de-açúcar. Só no interior do estado de São Paulo, 230 mil hectares de cana-de-açúcar foram danificados, prejudicando gravemente a produção regional. Este impacto no cultivo se reflete diretamente não apenas nos preços, mas também na disponibilidade desses produtos nas prateleiras.

Perfil Brasil
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