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Queimadas no Círculo Ártico disparam emissões de carbono na Europa

Dados recentes do Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus (CAMS) da União Europeia revelam que aproximadamente 6,8 megatoneladas de carbono foram liberadas este mês

27 jun 2024 - 20h30
(atualizado às 23h37)
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Incêndios florestais acima do Círculo Polar Ártico em junho liberaram emissões de carbono que estão entre as três maiores para esta época do ano em duas décadas de monitoramento, informaram cientistas europeus nesta quinta-feira (27).

Mapa mostra focos de emissão de gases do efeito estufa
Mapa mostra focos de emissão de gases do efeito estufa
Foto: X/Reprodução / Perfil Brasil

Com as mudanças climáticas elevando as temperaturas no Ártico, os incêndios florestais têm avançado para o norte, atingindo florestas boreais e tundras, e liberando grandes quantidades de gases de efeito estufa provenientes de solos orgânicos ricos em carbono.

Dados recentes do Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus (CAMS) da União Europeia revelam que aproximadamente 6,8 megatoneladas de carbono foram liberadas este mês, ficando atrás apenas de junho de 2019 e junho de 2020, que registraram quase o dobro das emissões.

A maioria dos incêndios está ocorrendo na República de Sakha, no Extremo Norte da Rússia. Esta região sofreu com incêndios florestais massivos em 2021, destruindo quase 19 milhões de hectares de florestas. O Ártico nordeste tem registrado o maior aumento em incêndios extremos nas últimas duas décadas.

"As emissões de incêndios no Ártico estiveram em níveis relativamente típicos nos últimos três verões, mas observamos os incêndios recentes se desenvolvendo após condições mais quentes e secas, semelhantes aos incêndios generalizados em 2019 e 2020", disse Mark Parrington, cientista sênior do CAMS.

Os incêndios florestais tendem a atingir o pico no Hemisfério Norte durante julho e agosto.

Fazendo fronteira com o Oceano Ártico ao norte, Sakha é particularmente vulnerável a condições climáticas extremas. A fumaça dos incêndios florestais de 2021 alcançou o Polo Norte pela primeira vez na história registrada.

A agência estatal de notícias russa TASS citou o vice-ministro de ecologia, gestão da natureza e silvicultura de Sakha, Andrey Konoplev, afirmando que mais de 160 incêndios florestais na República afetaram quase 460 mil hectares até 24 de junho.

Pantanal também sofre com queimadas

Os incêndios que assolam o Pantanal têm deixado um rastro de destruição impactante. Este bioma, considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta, enfrenta uma das suas maiores tragédias ambientais.

Em 2024, as chamas já consumiram mais de 677 mil hectares, um número superior ao registrado nos primeiros meses de 2020, que até então tinha sido o ano de maior devastação na área.

Especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) indicam que, se o controle não for alcançado, os danos podem atingir até 2 milhões de hectares. A dimensão do problema é agravada pela combinação de seca prolongada e altas temperaturas, fatores que estão presentes na região desde 2019, com uma breve pausa em 2023.

Perfil Brasil
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