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Quem é Anderson Torres e por que Alexandre de Moraes ordenou a prisão dele

Ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado denegligência durante atos de violência que ocorreram nesse domingo, 8, em Brasília

11 jan 2023 - 10h57
(atualizado às 11h04)
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Quem é Anderson Torres e por que Alexandre de Moraes ordenou a prisão dele
Quem é Anderson Torres e por que Alexandre de Moraes ordenou a prisão dele
Foto: Wilton Junior / Estadão / Estadão

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que é delegado da Polícia Federal e foi ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, teve sua prisão preventiva decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na última terça-feira, 10. Torres é investigado sobre a atuação das forças de segurança durante a invasão das sedes dos três Poderes, no domingo passado, em Brasília.

A carreira de Torres na área de segurança é marcada por sua atuação como delegado da Polícia Federal. No cargo, ele atuou na repressão ao tráfico internacional de drogas e no combate a organizações criminosas.

Na política, sua trajetória começou como diretor de assuntos legislativos da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), em Brasília, cumprindo papel de articulação entre os policiais federais e parlamentares. Também na Câmara dos Deputados, atuou como chefe de gabinete do então deputado federal Fernando Francischini (União Brasil) - aliado de primeira hora de Bolsonaro - e, ao assessorar o parlamentar em comissões, se aproximou da "bancada da bala".

Em 2019, Torres foi convidado pelo governador Ibaneis Rocha para atuar como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, cargo que ocupou até 2021, quando recebeu o convite para integrar à equipe de ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Próximo do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Torres assumiu a liderança do ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro em abril de 2021. Terceiro ministro na pasta, o delegado chegou à função em um momento delicado para o Palácio do Planalto, quando a Polícia Federal era responsável por liderar investigações que miravam a família e aliados do presidente.

Torres foi um dos ministros mais alinhados com as ideias do atual presidente. O chefe da pasta da Justiça, inclusive, chegou a participar em 2021 de uma live em que Bolsonaro questiona, sem provas, a legitimidade das urnas eletrônicas. Por conta disso, o ministro foi alvo do Supremo Tribunal Federal.

Com o fim do governo Bolsonaro, Torres foi convidado para reassumir a secretaria de Segurança Pública do DF a partir de 2 de janeiro. O emprego durou pouco. Com os atos de domingo, Ibaneis mandou exonerar Torres, que estava de férias em Orlando, nos Estados Unidos, onde também se encontra Bolsonaro. Não há informações sobre nenhum contato entre Torres e Bolsonaro no exterior.

Durante o ataque, o ainda secretário se manifestou pelas redes sociais, classificando os atos de vandalismo na capital federal como "cenas lamentáveis". Na primeira manifestação, ele disse ter determinado ao setor de operações da secretaria "providências imediatas para o restabelecimento da ordem".

A prisão preventiva de Torres foi decretada nessa terça-feira, 10, após os atos de violência em prédios públicos em Brasília. O ex-secretário é acusado de agir com negligência diante do caso. Durante as invasões, ele estava nos Estados Unidos, mesmo local que o seu ex-chefe, o ex-presidente Jair Bolsonaro, está desde o dia 30 de dezembro, dois dias antes de passar o cargo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Estadão
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