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Quem é Eduardo Gomes, novo líder do governo no Congresso?

Membro do Centrão, o parlamentar é discreto e tem atuação de bastidores; ele chegou ao MDB por influência de Renan Calheiros

18 out 2019 - 12h32
(atualizado às 12h45)
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O novo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO)
O novo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO)
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado / Estadão Conteúdo

Senador de primeiro mandato, Eduardo Gomes (MDB-TO) foi o escolhido para assumir o lugar da deputada Joice Hasselamnn (PSL-SP) no cargo de líder do governo no Congresso. Joice foi destituída do posto pelo presidente Jair Bolsonaro em meio à crise deflagrada no PSL. A deputada foi uma das signatárias da lista que "reconduziu" o colega Delegado Waldir à liderança do partido na Câmara, à revelia do desejo do presidente de emplacar seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no cargo.

Após três mandatos consecutivos como deputado federal - compondo o chamado Centrão -, Gomes foi eleito em 2018 para seu primeiro mandato de senador pelo Solidariedade. Migrou para o MDB antes mesmo da posse, em um movimento de aproximação com Renan Calheiros (AL), então candidato à presidência do Senado. Em um pleito conturbado, Renan acabou desistindo no meio da disputa, abrindo caminho para a vitória de Davi Alcolumbre (DEM-AP). Gomes votou em Alcolumbre, angariando um lugar na Mesa Diretora da Casa.

Alinhado às pautas do governo, foi colocado como um dos vice-líderes no Congresso. Votou contra a desidratação da Reforma da Presidência e a favor do decreto que flexibiliza o porte de armas. Também declarou, em levantamento feito pelo Estado, ser a favor da indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada brasileira em Washington.

Tem uma atuação discreta, de bastidores. É membro titular de nove comissões no Senado e nessa legislatura é autor de seis projetos de lei e da Proposta de Emenda Parlamentar (PEC) que visa a incluir a proteção de dados pessoais entre os direitos fundamentais do cidadão. Não é afeito ao microfone: segundo dados do Senado, Gomes fez não mais de 20 pronunciamentos desde o começo do ano. À frente da liderança do governo, terá o desafio de coordenar a aprovação do Orçamento para o ano que vem e preparar o terreno para as pautas prioritárias do governo para 2020, como a reforma tributária.

Natural de Estância, interior de Sergipe, cursou engenharia agrícola no Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA), mas não concluiu o curso. Empresário, iniciou a carreira política em 1997 como vereador na capital tocantinense, cargo que ocupou por dois mandatos. Em 2002, foi eleito para o primeiro dos seus três mandatos na Câmara dos Deputados - sua atuação foi centrada em políticas voltadas ao Tocantins. Além do Solidariedade, também já passou por PP, PSDB e PSB. Gomes é um afilhado político de Siqueira Campos, ex-governador de Tocantins e seu atual suplente no Senado.

Em 2018, foi eleito com 248 mil votos, 19,5% dos votos válidos no Tocantins. Seu gasto de campanha foi de cerca R$ 2,5 milhões, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com menos de 1% vindo do Solidariedade, seu partido à época. Entre julho e agosto deste ano, licenciou-se do cargo de senador para assumir interinamente a Secretaria de Governadoria do governo do Tocantins, do aliado Mauro Carlesse (DEM).

Na manhã desta sexta-feira, 18, Gomes participa de uma audiência pública sobre a implantação da rodovia Transbananal, que ligaria o Tocantins a Mato Grosso, junto com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, e com os governadores dos dois Estados.

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Estadão
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