Quem é o policial foragido acusado de receber propina do PCC?
O policial civil Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, é procurado pela Polícia Federal após uma operação realizada nesta terça-feira (17), em São Paulo. A ação, conduzida em parceria com o Ministério Público, investiga policiais supostamente envolvidos com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Durante a operação, sete pessoas foram presas, incluindo um delegado e três policiais civis, mas Rogerinho não foi localizado e é considerado foragido.
A investigação aponta que Rogerinho, além de suas funções na Polícia Civil, fazia a segurança do cantor Gusttavo Lima em alguns eventos. Ele foi implicado por Antonio Vinícius Gritzbach, delator executado no Aeroporto Internacional de Guarulhos no último mês, após denunciar condutas ilícitas de agentes à Corregedoria.
O que pesa contra o policial foragido Rogerinho?
O policial é acusado de integrar um esquema que envolvia corrupção, concussão (extorsão praticada por servidor público) e associação criminosa. De acordo com Gritzbach, Rogerinho teria participado de "ilicitudes e arbitrariedades" durante investigações relacionadas à morte de um integrante do PCC conhecido como Cara Preta.
Com um salário de R$ 7 mil, Rogerinho possui negócios em áreas diversas. Ele é sócio de uma clínica de estética, de uma construtora que construiu condomínios no litoral paulista e de uma empresa de segurança privada chamada Punisher. Entre os empreendimentos da construtora estão cinco complexos habitacionais em Praia Grande, com 37 casas à venda por valores que chegam a R$ 350 mil.
Além disso, o policial tem grande presença nas redes sociais, onde acumula mais de 100 mil seguidores. Lá, ele costuma postar registros de eventos e ações relacionadas a seus empreendimentos, além de fotos ao lado de personalidades como Gusttavo Lima.
Denúncias de desvios de bens
Outra acusação envolve a apropriação de relógios de luxo durante operações policiais. Segundo depoimento de Gritzbach, quatro Rolex, dois Hublots e um Frederique Constant, avaliados juntos em mais de R$ 700 mil, teriam desaparecido após serem apreendidos.
O delator ainda afirmou ter visto Rogerinho em redes sociais usando alguns desses relógios, incluindo um modelo Rolex Yacht Master de ouro, avaliado em R$ 200 mil.
Com a operação ainda em andamento, a Polícia Federal segue buscando Rogerinho e investigando o envolvimento de outros agentes ligados ao caso.