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Rainha da Viradouro defende proximidade com escola: "Não é só chegar e tirar fotos bonitas"

Em entrevista exclusiva ao Terra, Erika Januza detalha relação com o carnaval e celebra trabalhos no streaming para o pós-folia

8 fev 2023 - 05h00
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Erika Januza, rainha de bateria da Viradouro
Erika Januza, rainha de bateria da Viradouro
Foto: Reprodução/ Guilherme Lima/ Instagram @erikajanuza

Ela já foi cantora, tenista, se prepara para dar vida a uma bruxa, mas o papel que exerce com ainda mais paixão é o de foliã. Rainha de bateria da Viradouro pelo segundo ano consecutivo, Erika Januza, de 37 anos, está pronta para atravessar com fôlego a Sapucaí.

Apesar da paixão pelo tamborim, a mineira é a primeira - senão a única - de sua família a desenvolver esse amor tão intenso pelas escolas de samba.

"Não é só chegar lá na época do carnaval e tirar fotos bonitas. Nem sei se sou uma boa rainha, mas eu tento. Acredito que é necessário se dedicar e gostar do que faz. É preciso estar junto com a escola, entender o samba e que história está sendo contada", desabafa a atriz, que deixou, recentemente, o programa The Masked Singer Brasil, no qual se fantasiou de 'Brocolee'.

Em entrevista ao Terra, Erika Januza detalha a experiência em diversas expressões da arte, revela ciúmes de um ex por causa da dança e celebra a estreia da série Magia de Aruna, da Disney+.

Leia abaixo a entrevista completa!

A majestade homenageia o enredo da Viradouro de 2016, "Oh, meu Brasil.. cuidado com a intolerância, tu és a pátria da esperança...""
A majestade homenageia o enredo da Viradouro de 2016, "Oh, meu Brasil.. cuidado com a intolerância, tu és a pátria da esperança...""
Foto: @danifrancai / @danifrancai

TERRA - Você acabou de sair do The Masked Singer Brasil. Pode partilhar um pouco a experiência de cantar?

Aceitei esse convite, apesar de nunca ter cantado. Inclusive, eu avisei isso. Mas sou uma pessoa que, mesmo não sabendo, topo o desafio. Gosto de me superar. Foi uma experiência muito diferente do que eu já vivi em relação a trabalhos, principalmente porque eu não podia contar para ninguém. Cheguei até a gravar no estúdio 'Palpite', e foi com o produtor do disco da Adriana Calcanhoto que tinha essa música como faixa. Então, foi uma oportunidade única. Adorei conviver com essas pessoas. Se não fosse o programa, acho que nunca conseguiria.

Agora para o carnaval, você vai dançar. Como é para você passar de uma manifestação de arte para outra?

A dança é mais fácil para mim. Não me considero uma grande bailarina, mas as minhas aptidões nesta área são meio orgânicas. O samba, por exemplo, é algo que me acompanha desde criança, e a manifestação do corpo me é algo muito particular. A dança é uma das atividades que mais me relaxa na vida, então nesse período de carnaval eu fico muito leve. 

Pode adiantar para a gente como vai ser sua fantasia?

A minha roupa vai acompanhar uma história que a bateria contará. Ano passado, a minha roupa era bem pesada, esse ano será mais leve. Com isso, acho que vou poder evoluir mais. É só isso que posso contar, o resto é surpresa!

Qual a sua relação com o carnaval?

Trata-se de algo muito particular. Minha paixão começou muito solitária. Sou mineira e uma das coisas que minha mãe me deixava fazer no carnaval era dormir de madrugada, gostava muito de assistir aos desfiles na televisão. Quando chegava a época da vinheta da Globeleza, eu ficava enlouquecida na frente da TV. Era um sentimento meu, minha família não era muito carnavalesca, nem na adolescência eu frequentava os bloquinhos. Minha diversão era na frente da TV. Sempre tive um fascínio muito grande por todo aquele universo. Eu aprendi a sambar, inclusive, assistindo televisão. 

Em 2011, descobri que tinha um concurso para corte do carnaval de Belo Horizonte, entrei nesse concurso e ganhei para a princesa da corte momesca da cidade. Logo depois, me mudei para o Rio [de Janeiro] e a primeira coisa que eu fiz foi me aproximar do carnaval e não larguei mais. Inclusive, no meu primeiro trabalho, que foi a série Subúrbia, a minha personagem foi a Rainha de Bateria. No encerramento, fui convidada para desfilar e chorei muito. Desde então, nunca mais larguei a folia.

Você é presença frequente na avenida. Qual a importância de ser Rainha de Bateria?

Olha, eu acho que é gostar do que faz. Não é só chegar lá na época do carnaval e tirar fotos bonitas. Nem sei se sou uma boa rainha, mas eu tento. Acredito que é necessário se dedicar e gostar do que faz. É preciso estar junto com a escola, entender o samba e que história está sendo contada. A pessoa tem que compreender o que motiva um monte de gente a se dedicar na agremiação. Então, eu acho que o posto de Rainha está para além de sambar na frente da bateria, é preciso se envolver.

Você já teve algum namorado que teve ciúmes de você sambando?

Em relação ao samba, ninguém nunca falou nada. Na adolescência, eu já tive um namorado que falou "Ou a dança, ou eu". Respondi: "Olha, infelizmente…" Para mim o dançar não está atrelado a desrespeitar uma pessoa, é algo que eu sempre gostei. Mas esse relacionamento foi lá na adolescência.

Homenagem ao primeiro campeonato da agremiação em 1997, "A noite vira dia, luz de um novo amanhecer!"
Homenagem ao primeiro campeonato da agremiação em 1997, "A noite vira dia, luz de um novo amanhecer!"
Foto: Guilherme Lima / Guilherme LIma

Como está sua preparação física para a folia? Está fazendo alguma dieta?

Ano passado, no primeiro ano como rainha, eu tinha acabado de gravar Verdade Secretas, estava dez quilos mais magra e não deu tempo de ganhar peso para desfilar na Sapucaí. Já esse ano, eu estou malhando um pouco mais e fazendo dieta para me dar mais energia. Mas minha melhor preparação são os ensaios, porque você já fez aquilo várias vezes até chegar o dia do desfile. Com isso, eu consigo acompanhar a bateria até o final. Quero encontrar a Maju com fôlego.

Nesta festa, você consegue se conectar com suas raízes e a comunidade negra?

Independentemente do enredo estar falando de negritude ou não, há uma conexão com as raízes negras. No geral, eu acho que o samba tem muito essa conexão. Todas aquelas pessoas que estão assistindo não sabem, mas elas estão se conectando com essa cultura negra ancestral. E neste momento a gente quebra um monte de barreiras de aceitação.

Fantasia em homenagem ao enredo de 2019: "Viradouro! O livro secreto dos encantos!"
Fantasia em homenagem ao enredo de 2019: "Viradouro! O livro secreto dos encantos!"
Foto: Guilherme Lima / Guilherme Lima

Você já relatou ter sido vítima de vários casos de racismo. Acredita que o carnaval ajuda na elevação da autoestima de pessoas negras?

Para além também do cargo de Rainha de Bateria, também como atriz negra, eu fico feliz em passar essa imagem de que consegui. Isso faz outras pessoas negras acreditarem nos seus potenciais. Já ouvi relatos assim de jovens negros. Esses dias, por exemplo, eu estava no shopping e um menininho de uns sete anos estava me dando tchau e mandando beijo. Creio que ele me reconheceu das novelas. Fiquei realizada com essa situação. Esse reconhecimento, independente do trabalho que eu esteja fazendo, me alegra, porque eu não tive isso. Quando criança, não tinha muitas pessoas para poder olhar e falar: "Olha eu posso ser uma Rainha de Bateria" ou "Eu posso ser uma atriz". Sinto que inspiro positivamente de alguma forma.

Depois do carnaval, quais são seus próximos projetos profissionais?:

Esse ano, tem a estreia da série Magia de Aruna, da Disney+, que eu sou uma das bruxas. E ainda gravo a terceira temporada de Arcanjo Renegado, da GloboPlay, que está maravilhosa, cheia de questões super importantes. Vai ser muito legal ver as pessoas assistindo e discutindo sobre os assuntos. Agora, a fofoca nem é minha! Eu vi uma publicação, que marcaram a mim e o diretor, sobre a segunda temporada de Magia de Aruna. A série nem estreou e já vai ter segunda temporada. Fiquei muito feliz em saber que vou ser bruxa novamente.

Fonte: Redação Terra
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