Reforma tributária, lei de falência, revisão de dívidas: o que está previsto na agenda econômica do ano
Em reunião ministerial convocada por Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou próximos passos previstos para esse ano
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou a agenda econômica para este ano em reunião ministerial, nesta segunda-feira, 18, convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No documento, divulgado pela pasta, constam como próximos passos o envio da regulamentação da reforma tributária ao Congresso, o aprofundamento da reforma de renda, a revisão das dívidas estaduais, a nova lei de falência e mais.
Sobre a reforma tributária, Haddad disse à imprensa que a Fazenda não quer "ruído com prefeitos e governadores", e que, por isso, está dependendo dos Estados e municípios na formatação e regulamentação da reforma. A ideia é que tudo esteja o mais alinhado possível par ao envio ao Congresso.
“Nós estamos acertando com eles, se tiver que arbitrar alguma coisa o presidente arbitra. A pretensão é que chegue ao Congresso bem adiantada a questão do Pacto Federativo, que isso vai facilitar a vida tanto dos deputados quanto dos senadores", explicou o ministro.
Pelo decreto de criação da reforma, as discussões em torno da regulamentação devem ser finalizadas até o dia 25 de março. Além disso, em outras ocasiões, Haddad já deixou claro que o objetivo é finalizar essa etapa de regulamentação ainda em 2024.
Mais o que está previsto?
A agenda econômica para 2024 foi dividida em consolidação da mudança na trajetória da dívida para continuidade e valorização da responsabilidade social, próximos passos em ações estruturantes e medidas de estímulos; melhoria do ambiente de negócios; principais medidas no Legislativo; e principais ações administrativas planejadas.
Confira descritivo, conforme consta no documento apresentado por Haddad:
- Consolidação da mudança na trajetória da dívida para continuidade e valorização da responsabilidade social
1. Reabertura da discussão envolvendo a MP 1202: (a) Desoneração da folha do setor produtivo; (b) Desoneração da contribuição patronal de municípios; (c ) Setor de eventos (Perse);
2. Limite de compensação de uso de créditos tributários a partir de decisões judiciais (Tese do Século);
3. PL da Conformidade (15/2024) – valorização do bom contribuinte e responsabilização do devedor contumaz;
4. Mudanças feitas pelo CMN nos títulos com isenção de imposto de renda;
5. Conselho Nacional de Seguros Privados: limite aos fundos de previdência exclusivos familiares.
- Próximos passos em ações estruturantes e medidas de estímulos
1. Envio da regulamentação da Reforma Tributária/aprofundar Reforma da Renda;
2. Proteção cambial para investimentos em transformação ecológica;
3. Pacote de crédito: (a) Desenrola para pequenas empresas, (b) microcrédito para inscritos no CadUnico e (c) imobiliário (securitização de crédito imobiliário);
4. Valorização do trabalhador: consignado no e-social e novo programa de alimentação do trabalhador (Novo PAT);
5. Revisão das dívidas estaduais: condicionando a economia de recursos com serviço da dívida a investimentos sociais prioritários;
6. Regulamentação pela Receita do RET 1% para construção.
- Melhoria do ambiente de negócios
1. Nova Lei de Falência;
2. Atualização Monetária e Juros;
3. Sistema Nacional de Seguros Privados;
4. Transparência, arbitragem e sistema de tutela privada;
5. Instituições do Sistema de Pagamentos Brasileiro;
6. Regulação Bancária;
7. Normas de Seguro Privado;
8. Execução Extrajudicial.
- Principais medidas no Legislativo
1. PL do Mercado de Carbono;
2. MP do Programa Mover;
3. PL de Combustíveis do Futuro;
4. PL de Hidrogênio de Baixo Carbono;
5. PL de Eólica no Mar;
6. Proposição sobre Hedge Cambial.
- Principais ações administrativas planejadas
1. Programa para ônibus elétricos produzidos no Brasil;
2. Programa de processamento nacional de minerais estratégicos (lítio, terras raras, níquel, etc);
3. Compras públicas com conteúdo nacional;
4. Encomendas tecnológicas para grandes desafios tecnológicos do plano com formação de centros de excelência (hidrogênio, bioinsumos, etc);
5. Programa de ordenamento fundiário e digitalização dos registros de imóveis;
6. Conclusão da taxonomia sustentável nacional;
7. Estruturação do Fundo Internacional de Florestas.
* Com informações do Estadão Conteúdo