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Relógio recebido ilegalmente por Bolsonaro custa cerca de R$ 800 mil e só tem 25 unidades no mundo

Valor de relógio que estava guardado entre pertences pessoais de Bolsonaro daria para comprar um carros de luxo como um Lamborghini, uma Ferrari ou um Porsche

24 mar 2023 - 17h42
(atualizado às 17h52)
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Relógio L.U.C. Tourbillon Qualité Fleurier Fairmined, da marca Chopard, recebido ilegalmente por Bolsonaro
Relógio L.U.C. Tourbillon Qualité Fleurier Fairmined, da marca Chopard, recebido ilegalmente por Bolsonaro
Foto: Divulgação / Estadão

BRASÍLIA - O relógio da marca Chopard que faz parte do conjunto de joias recebidas ilegalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro custa nada menos que R$ 800 mil. O modelo, conhecido como L.U.C. Tourbillon Qualité Fleurier Fairmined, teve apenas 25 unidades produzidas pela companhia suíça.

Com sua caixa de ouro maciço e fundo em safira, o relógio custa o equivalente a carros de luxo como uma Lamborghini, uma Ferrari ou um Porsche. O item é equipado com uma pulseira de crocodilo costurada à mão e o fecho e fivela também em ouro.

O relógio faz parte do segundo pacote que o regime da Arábia Saudita enviou para Bolsonaro e que inclui, ainda, uma caneta, anel, abotoaduras e um rosário em ouro. Pelo conjunto dos itens, a estimativa é de que o kit se aproxime facilmente de R$ 1 milhão.

Inicialmente, a reportagem chegou a estimar que o conjunto poderia custar pelo menos R$ 400 mil, a partir de imagens de itens similares vendidos pela Chopard. Com a informação de detalhes do modelo do relógio divulgada hoje, porém, foi possível averiguar o preço, ao menos do relógio, com mais exatidão.

A existência deste segundo pacote foi revelada pelo Estadão, em entrevista realizada com o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. À reportagem, Albuquerque disse, em 3 de março, que abriu o segundo pacote quando chegou em Brasília, depois de ter o primeiro conjunto de diamantes - este estimado em cerca de R$ 16,5 milhões - retido pelos auditores da Receita Federal, no aeroporto de Guarulhos.

"Esses pacotes foram distribuídos nas malas. Uma ficou com o [assessor e membro da comitiva] Marco Soeiro, a outra eu não sei com qual membro da comitiva", disse Albuquerque, afirmando que não tinha conhecimento do conteúdo das caixas.

"Quando nós chegamos em Brasília, nós abrimos o outro pacote, que tinha relógio... era uma caixa de relógio... não sei se... tinham mais algumas coisas, e era um presente", comentou.

O advogado Paulo Amador da Cunha Bueno entregou nesta sexta-feira, 24, o segundo conjunto de joias que foi recebido ilegalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Bueno levou o conjunto para uma agência da Caixa, localizado na Asa Sul, região central de Brasília, seguindo determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A caixa de joias entrou no País com a comitiva do governo Bolsonaro em outubro de 2021, sem ser declarada à Receita Federal.

O presidente Jair Bolsonaro recebeu pessoalmente o segundo pacote de joias da Arábia Saudita que chegou ao Brasil pelas mãos da comitiva do então ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque.

Como revelou o Estadão, Bolsonaro agiu de diversas maneiras para reaver as joias apreendidas na Receita Federal, acionando desde seu gabinete pessoal, até o chefe da Receita Federal e um voo da Força Aérea Brasileira. Sobre os itens que agora foram apreendidos, primeiro negou ter conhecimento. Depois, disse que recebeu e que os entregaria.

Estadão
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