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Resistência a antibióticos é pandemia silenciosa

A resistência antimicrobiana é um problema de saúde pública global, que ocorre quando microrganismos como bactérias, vírus, parasitas ou fungos resistem a tratamentos que antes eram eficazes

28 nov 2023 - 17h18
(atualizado em 2/1/2024 às 20h59)
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A resistência antimicrobiana é uma verdadeira ‟pandemia silenciosa", um problema de saúde pública global, que ocorre quando microrganismos como bactérias, vírus, parasitas ou fungos resistem a tratamentos que antes eram eficazes. Para combatê-la no Brasil é urgente incorporar estratégias que permitam um diagnóstico mais rápido e acurado, otimizar o uso de dados em microbiologia e fomentar programas de gerenciamento de antimicrobianos (Antimicrobial Stewardship), pois uma das principais condições para que os microrganismos desenvolvam resistência é o uso inapropriado dessa classe de medicamentos.

Foto: Freepik / DINO

Essas foram algumas das constatações do 1º Encontro de Resistência Antimicrobiana bioMérieux, que reuniu 68 profissionais de saúde em São Paulo, de hospitais, laboratórios, sociedades médicas e operadoras de saúde, no último dia 08 de novembro. O encontro foi dividido em oito painéis, que abordaram temas como diagnóstico molecular rápido como ferramenta para o uso racional de antibióticos, a importância do gerenciamento de informações, o impacto da hemocultura na gestão de medicamentos, o papel do diagnóstico no combate à resistência antimicrobiana e os diferenciais da microbiologia para mudar este cenário.

A resistência antimicrobiana está na lista da OMS como uma das dez principais ameaças globais à saúde. A estimativa é que, em 2019, mais de 1,27 milhões de pessoas tenham morrido de infecções resistentes a medicamentos no mundo, enquanto que bactérias multirresistentes poderão ceifar a vida de mais de 10 milhões de pessoas ao ano em 2050, o que corresponde a uma morte a cada três segundos. Esses dados estão disponíveis no Relatório Preparando-se para os supermicróbios: fortalecendo a ação ambiental na resposta à resistência antimicrobiana pela abordagem de Saúde Única, divulgado recentemente pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

‟O cenário é grave. Os níveis de resistência são muito altos, tanto no ambiente hospitalar quanto na comunidade e isso só pode ser combatido se adotarmos métodos de controle da prescrição, tanto na saúde humana, quanto animal", afirmou o médico Alberto Chebabo, presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia). ‟A SBI tem trabalhado em vários focos na questão, participando de ações no Ministério da Saúde e na Anvisa para melhorar a estrutura de diagnóstico dos hospitais, por exemplo, mas também cobrando das autoridades políticas mais amplas de controle desses antibióticos", concluiu Chebabo.

Para o Dr. Hélio Magarinos Torres Filho, Diretor Médico do Richet Medicina & Diagnóstico, a chave para combater a resistência antimicrobiana passa por informação. ‟É essencial manter uma rede de controle do uso racional de antibióticos, com regras bem estabelecidas, e reunir os dados epidemiológicos sobre a resistência bacteriana em um sistema nacional, o que já existe em muitos países". Outra necessidade destacada é o investimento em educação médica, a respeito de como funcionam os antibióticos, assim como ao público em geral. ‟A resistência antimicrobiana é um tema ainda distante da população, que não sabe como ela acontece e as formas de combatê-la", completa.

Com a visão de uma instituição com expertise na implantação de programas de stewardship de antimicrobianos em outros hospitais, o vice-diretor de Qualidade e Pesquisa Clínica do Hospital Pequeno Príncipe, Fábio Motta, alerta que o diagnóstico tem de ser fortalecido como ferramenta, pois ainda é o pilar mais frágil dentre os principais que existem dentro da gestão. ‟Esse tipo de ação da bioMérieux é contundente por reunir experts com diferentes visões, abrindo caminhos para construirmos pontes e unir esforços para enfrentar o problema. O tempo é curto e precisamos tomar decisões para tentar impedir o avanço da resistência antimicrobiana no país."

‟Defendemos e apoiamos iniciativas como esta, de conscientizar os profissionais e destacar o papel do diagnóstico, pois chama a atenção para um problema que vai nos impactar de forma irreversível se não agirmos rapidamente. É essencial unir a academia, o governo e a indústria nessa solução, pois segundo relatório recente da ANS, 47% da população praticamente não tem acesso a diagnóstico, uma importante ferramenta de promoção de saúde no Brasil", avaliou Carlos Eduardo Gouvêa, diretor-executivo da CBDL (Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial), que reúne mais de 60 empresas do setor.

Em sua apresentação, o líder da CBDL detalhou o projeto do Observatório do Diagnóstico no Brasil, que pretende reunir os vários atores da academia, sociedades médicas, laboratórios e governo, e será estratégico para provocar as reais mudanças necessárias.

‟Na nossa visão, a resistência antimicrobiana é uma questão de saúde e também de responsabilidade social, pois o diagnóstico tem um impacto positivo no combate a essa ameaça. Queremos sensibilizar as autoridades públicas e privadas para a importância do diagnóstico, empoderando a microbiologia, a infectologia, a farmácia hospitalar, compartilhando opiniões e ideias que serão decisivas neste caminho. A resistência antimicrobiana é um problema de saúde global e todos temos a ver com isso", concluiu Fernando Oliveira, Diretor-geral da bioMérieux Brasil.

Website: https://www.biomerieux.com.br

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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