Coreias unidas, Brexit e polêmicas de Trump agitam o mundo
Das Coreias à Argentina, 2018 foi ano movimentado e recheado de fatos históricos
O ano de 2018 foi atribulado na política internacional. Além de grandes desentendimentos entre líderes, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China, assuntos domésticos em alguns países também viraram notícia global, caso dos protestos na França.
Como esperado, Donald Trump foi quem mais produziu notícias. Nessa retrospectiva, o Terra selecionou o que houve de mais importante e explicou de forma resumida.
Coreias unidas. As Coreias do Sul e do Norte deram passos largos em direção à normalização de suas relações. Nas Olimpíadas de Inverno, chegaram a desfilar unificadas, e disputaram lado a lado o hockey feminino. A Guerra das Coreias, no papel, nunca acabou: desde 1953 há um armistício.
Kim joga o jogo. Além de melhorar a relação com os vizinhos, o presidente do Norte, Kim Jong-un, teve uma reunião com Donald Trump. Eles falaram sobre armas nucleares, em um acordo que sofreu revezes posteriormente. Mas a relação está muito menos tensa que antes.
EUA x China. Medidas tomadas pelo governo americano para proteger seu mercado tiveram resposta da China. O caso foi parar na Organização Mundial do Comércio, causou instabilidade econômica mundial e ainda tem desdobramentos. As tensões poderiam levar a uma nova Guerra Fria.
Nas mãos do FMI. O presidente da Argentina, Maurício Macri, prometeu colocar as contas do país em dia. Não conseguiu. Mesmo um primeiro empréstimo do Fundo Monetário Internacional não foi suficiente para conter a desvalorização do peso. Houve um aditivo, com o total chegando a US$ 56,3 bi. A Argentina está oficialmente em recessão e com inflação alta.
Incerteza na Europa. A primeira-ministra britânica, Theresa May, perdeu força e está tendo dificuldades para tocar o Brexit. A União Europeia tem sofrido ataques de líderes da nova direita. Além disso, sua principal defensora, a alemã Angela Merkel, anunciou que sairá da política.
Russiagate. As investigações sobre a suposta ajuda russa a Donald Trump em sua campanha presidencial avançaram. O magnata está sob pressão. Seu ex-gerente de campanha, Paul Manafort, por exemplo, teria mentido em depoimento.
Turbulência na França. O preço dos combustíveis foi estopim de protestos aparentemente incontroláveis na França. O governo do país aumentou o salário mínimo e diminuiu impostos para aposentados, mas não foi suficiente para desmobilizar os manifestantes. Russos estariam incentivando os atos.
Imigração nos EUA. Milhares de pessoas da América Central foram a pé até o norte do México, onde tentaram entrar nos EUA. Trump não gostou da ideia, e chegou a mandar o exército para a região – em uma manobra para aumentar sua popularidade. A caminhada começou em outubro, e ainda há imigrantes instalados na fronteira americana esperando uma resolução.
Trump e as crianças imigrantes. Meses antes, em junho, outro caso envolvendo imigrantes havia colocado os EUA sob pressão. Na época, famílias estrangeiras eram separadas pelo governo do país. Áudios de crianças chorando comoveram o mundo.
Drama no Iêmen. Um dos mais pobres dos países árabes, o Iêmen está em guerra civil há 3 anos. Segundo a ONU, 75% de sua população – ou seja, 22,2 milhões de pessoas – precisam de assistência urgente. A Arábia Saudita lidera uma coalizão que apoia um dos lados. O outro teria suporte do Irã, mas o país nega.
Esquerda vence no México. Na contramão dos maiores países do Ocidente, onde o conservadorismo avança, e de sua própria história, o México elegeu um presidente de esquerda, Lopez Obrador. A campanha foi violenta, com 133 políticos e ativistas assassinados.
Venezuela no buraco. A ONU aprovou ajuda ao país latino, em crise desde a queda dos preços do petróleo. Milhões de pessoas deixaram o país, muitas delas para Roraima, que não consegue lidar com o fluxo de imigrantes. Nicolás Maduro, porém, tenta evitar que a situação seja classificada como “crise humanitária” por medo que o rótulo abra caminho para uma intervenção estrangeira.
Caso Khashoggi. Colunista do jornal americano The Washington Post, o saudita Jamal Khashoggi foi assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. Apesar da repercussão internacional, o governo dos EUA tenta manter sua aliança com a Arábia.