Uma das maiores polêmicas deste ano no Congresso foi sem dúvida a votação do projeto de lei que altera a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). A proposta do Executivo gerou a fúria de trabalhadores e a simpatia de empregadores. Em todas os dias de sessões, Brasília ficou agitada. Manifestantes de todas as partes do país fizeram manifestações. Representantes de entidades e sindicatos chegaram a entrar com pedidos de habeas-corpus no STF para poderem ter acesso ao plenário da Câmara.
O texto propõe mudanças na CLT que, segundo a oposição, só vão prejudicar os empregados. A polêmica é tanta que o próprio PMDB, partido da base aliada, votou contra o projeto na Câmara. Tramitando em regime de urgência, o texto não teve tempo para ser analisado e por isso chegou a trancar a pauta da Câmara até que fosse votado.
Mas na Câmara o duelo foi grande. Na primeira tentativa de aprovar, no dia 21 de novembro, a base do governo decidiu adiar para a próxima terça-feira a discussão e votação do projeto. O dia 27 de novembro chegou. A sessão era longa. Por volta das 21h o deputado Paulo Paim (PT-RS) chegou a rasgar a Constituição, dizendo que era o que o governo estava fazendo ao propor a mudança. Depois da 0h, os deputados governistas obstruíram a votação. O processo foi adiado para o dia seguinte.
Na quarta, 28, a votação aconteceu, mas o painel da Câmara não apresentou o resultado. O fato gerou inquietação por parte dos parlamentares da oposição que exigiam a realização de votação nominal. Aceita pelo presidente da Casa, Aécio Neves (PSDB-MG), a medida não agradou o PSDB, PFL e PPB que obstruiu novamente o processo. O processo correu, mas a vitória da oposição por 197 votos não valeu, devido a falta de quórum.
Com a falha no painel, a próxima votação dependeria do resultado da perícia feita por técnicos da Unicamp. Na segunda, foi divulgado o laudo e a liberação do painel, marcada para terça, 4 de dezembro, a votação ocorreu e a proposta foi aprovada por 264 votos a favor, 213 contra e duas abstenções e a matéria foi para o Senado. O presidente da Casa, senador Ramez Tebet (PMDB-MS) se negou a aceitar o regime de urgência. Com isso a alteração da CLT só será votada no ano que vem.
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