Corrupção: A CPI da Corrupção era uma das mais esperadas, mas não saiu. Auditoria interna do Ministério da Integração Nacional na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), apontou um desvio de verbas no órgão, em abril, de R$ 1,713 bilhão. A investigação também identificou, que somente 35 projetos irregulares de financiamento no órgão somam R$ 600 milhões. Para o PT, as denúncias contra a Sudam caberiam perfeitamente na CPI da Corrupção, com a suspeita de envolvimento de um, então senador Jader Barbalho (PMDB-PA).
Narcotráfico: Os deputados da CPI do Narcotráfico ouviram em maio o traficante Fernandinho Beira-Mar, preso no dia 21 de abril, na selva, na região de Vichada, Colômbia, por tropas do exército colombiano. Beira-Mar disse que não era um "peixe grande" no tráfico brasileiro e, perguntado sobre como chegou a uma posição de destaque no crime, ele respondeu: "É como ser deputado. Vocês não lutaram para chegar na posição em que estão?". Beira-Mar afirmou que foi para o Paraguai porque não podia mais viver no Brasil após sua fuga de um presídio de Minas Gerais, em 1997 e fez questão de ressaltar que não era mais traficante.
Cargas roubadas: Instalada em maio de 2000, a CPI do Roubo de Cargas teve sua duração aumentada por mais um ano. Entre os depoimentos tomados em 2001, está o de Beira-Mar. A comissão quebrou os sigilos bancário, telefônico e fiscal do ex-assessor parlamentar do Ministério da Fazenda, Hugo Braga, e do lobista Alexandre Paes dos Santos, proprietário da empresa de consultoria APS.
Terras públicas: Mais uma CPI teve o nome do ex-senador, Jader Barbalho envolvido. A Comissão Parlamentar de Inquérito da Grilagem foi instalada no dia. Jader é acusado pela CPI de participar de um esquema fraudulento de desapropriação de terras na Amazônia e de participar de superfaturamento das indenizações a serem pagas pelas desapropriações. O relatório final foi aprovado no dia 29 de agosto teve cem pessoas indiciadas.
Banespa: No dia 22 de agosto de 2001 foi instalada a CPI do Banespa para investigar as várias irregularidades praticadas durante a vigência da intervenção federal - Regime de Administração Especial Temporária (Raet) no Banco do Estado de São Paulo S.A - de 29 de dezembro de 1994, até a data da transferência formal de suas ações para a União. A comissão foi proposta pelo deputado Luiz Antônio Fleury (PTB-SP), na época da intervenção governador de São Paulo. Entre os depoimentos tomados pela comissão até o fim deste ano estiveram o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, o ex-diretor de Fiscalização do Banco Central, Cláudio Mauch. A Comissão estenderá os trabalhos até o dia 12 de abril de 2002.
Ajuda a bancos: O polêmico Programa de Estímulo à Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro (Proer) também gerou uma CPI na Câmara dos Deputados. Instalada no dia 11 de setembro de 2001, a CPI do Proer investiga a aplicação dos recursos do programa na recuperação dos bancos Bamerindus, Nacional e Econômico. Entre os ouvidos pela CPI estão o ministro da Economia, Pedro Malan, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga Neto, o ex-controlador do banco Bamerindus, José Eduardo Andrade Vieira, o presidente do Unibanco, Pedro Moreira Salles, o presidente do HSBC (ex-Bamberindus) no Brasil, Michael Geoghegan. Em seu depoimento, Malan disse que o objetivo do Proer não era socorrer bancos falidos, mas sim, preservar a economia de brasileiros e o funcionamento do sistema financeiro como um todo, antes de um colapso do sistema.
Vigilância da Amazônia: A Câmara instalou no dia 22 de agosto de 2001 a CPI do Sivam, que apura as atividades, relações e envolvimento de José Afonso Assumpção e do embaixador Júlio César Gomes dos Santos no exercício de advocacia administrativa, tráfico de influências, oferecimento de propinas (corrupção ativa) e todas as denúncias referentes ao projeto do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). Júlio César teve seus sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados pela CPI. Sobre a escuta telefônica instalada na casa do embaixador, o delegado da Polícia Federal Mário José de Oliveira Santos disse que foi feita com base em uma denúncia anônima de envolvimento com o narcotráfico. Só descobriu a identidade do acusado depos e por isso levou o caso ao juiz Irineu de Oliveira Filho, que suspendeu o grampo.
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