De estrela à bandida. Assim foi a carreira da cantora mexicana Gloria Trevi presa desde janeiro de 2000 no Brasil e com extradição solicitada pelo México. Ela, o empresário, Sergio Andrade e a bailarina, María Raquenel Portillo, são acusados de rapto e corrupção de menores. Os três tentam no Brasil evitar a extradição e Gloria conta com um forte ponto a seu favor. Ela está grávida de oito meses e presa no presídio da Papuda, em Brasília.
A gravidez da cantora é uma grande polêmica que pode resultar inclusive em uma CPI. Depois de muitos mistérios, Gloria disse que foi estuprada diversas vezes na carceragem da superintendência da Polícia Federal, em Brasília. O principal suspeito é um delegado. Antes porém, era dada quase como certa uma inseminação artificial "caseira". A história chegou a ser bem descrita. Gloria utilizou uma caneta com sêmen misturado ao leite para provocar a gravidez. O sêmen teria sido fornecido pelo preso Marcelo Borelli, famoso por ter seqüestrado e assaltado um avião da Vasp e espancado uma criança de três anos. Quando Trevi engravidou, Borelli também estava preso na PF.
No mês de novembro, o Comitê Nacional de Refugiados (CONARE) recusou o pedido de refúgio da cantora. A decisão foi anulada, no dia 17 de dezembro pelo juiz Francisco Neves da Cunha, do Tribunal de Justiça Federal de Brasília. Gloria também tentou no Supremo Tribunal Federal habeas-corpus para prisão domiciliar, alegando complicações na gravidez. Todas as tentativas foram negadas.
A cantora conta agora com um apoio de deputados federais membros das Comissões de Direitos Humanos e de Constituição e Justiça. A Câmara dos Deputados estuda a abertura da CPI do Sistema Prisional para averiguar o procedimento adotados nos presídios e carceragens e descobrir como ocorreu a gravidez de Gloria Trevi.
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