| Tristeza: mãe de Galdino participa do julgamento
(Foto: Agência Brasil) | Max Rogério Alves, Antônio Novely Cardoso de Vilanova, Tomás Oliveira de Almeida e Eron Chaves de Oliveira, foram condenados a 14 anos de prisão por homicídio qualificado do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, que morreu queimado vivo, em Brasília, no dia 21 de abril de 1997, Dia do Índio.
O julgamento, que durou quatro dias e 12 horas, teve momentos constrangedores como quando Tomás pediu perdão aos familiares de Galdino, pedido obviamente negado pela mãe da vítima, Dona Minervina, e pela viúva Carmélia, ou ainda quando Max Rogério Alves, enteado ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Walter Medeiros, disse que o grupo queria "apenas fazer uma brincadeira".
Um dos depoimentos mais marcantes foi o da médica Maria Célia Bispo, que atendeu Galdino no Hospital Regional da Asa Norte. Ela contou que o índio chegou ao hospital ainda consciente e com 85% da superfície corporal apresentando queimaduras de 3º grau e 10%, queimaduras de 2º grau profundas. Maria explicou que é comum o paciente ficar consciente após sofrer queimaduras, e disse que as únicas partes do corpo de Galdino que não foram atingidas pelo fogo foram as solas dos pés.
Os quatro condenados desistiram de recorrer contra a decisão do Tribunal do Júri de Brasília. O julgamento correu o risco de ser anulado devido ao fato de a presidente do Tribunal do Júri, a juíza Sandra de Santis, ser considerada impedida de dar a sentença final por ter participado da parte inicial do processo, além de ter classificado o crime como lesão corporal seguida de morte, decisão contrária a que levou os acusados a júri popular.
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