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O governador Olívio Dutra foi um dos indiciados pelo relatório da CPI
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Denúncias de corrupção e envolvimento de policiais e governantes com banqueiros do jogo do bicho levaram à instalação de uma CPI para investigar a Segurança Pública no Rio Grande do Sul, em abril de 2001. O governo estadual e o PT foram alvo das principais investigações feitas pela comissão. O partido foi acusado de ter recebido dinheiro do esquema de contravenção para comprar sua sede na capital gaúcha, e de usar como "entidade de fachada" o Clube de Seguros da Cidadania.
O deputado do PPB, Valdir Andres, presidiu a CPI, que ouviu 167 depoimentos em 46 sessões. Durante a investigação, foi trazida à inquérito uma conversa telefônica gravada entre o presidente do Clube da Cidadania, Diógenes de Oliveira, e o ex-delegado, Luís Fernando Tubino, onde foi citado o nome do governador do Estado, Olívio Dutra. Na gravação Diógenes afirma que tanto Olívio quanto Tarso Genro (prefeito de Porto Alegre), ambos do PT, "sempre tiveram boas relações com o pessoal do Carnaval e do Jogo do Bicho" durante as campanhas políticas, o que complicou a situação do partido e acarretou o indiciamento de vários nomes de cúpula, inclusive do governador, e do secretário de Justiça e Segurança Estadual, José Paulo Bisol.
Os trabalhos se estenderam até novembro, quando foi votado o texto final da CPI, redigido pelo relator oficial, deputado Vieira da Cunha. Durante a leitura, um incidente tornou dúbia a validade do relatório: duas páginas, exatamente as que continham nomes de integrantes do núcleo de poder do Estado indiciados, não foram lidas. Vieira da Cunha precisou entrar com o pedido de indiciamento na Justiça. No mesmo dia da leitura, o texto foi encaminhado ao Ministério Público Federal e depois repassado à Receita Federal e ao Tribunal de Contas do Estado, órgãos que ainda o estão avaliando.
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